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Brasil registra mais de 600 amputações de pênis por ano, alerta a Sociedade de Urologia

Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou mais de 6 mil amputações de pênis, uma média superior a 600 amputações por ano, de acordo com um compilado feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em dados do Ministério da Saúde. Nesse período,

Lara Castelo, especial para o Estadão (via Agência Estado)

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Escrito por Lara Castelo, especial para o Estadão (via Agência Estado)
Publicado em 02.02.2024, 21:19:00 Editado em 02.02.2024, 21:23:35
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Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou mais de 6 mil amputações de pênis, uma média superior a 600 amputações por ano, de acordo com um compilado feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em dados do Ministério da Saúde. Nesse período, a medida foi empregada no tratamento de três em cada 10 pacientes diagnosticados com câncer de pênis em estado grave - o que, de acordo com a SBU, pode ser evitado com medidas simples, como bons hábitos de higiene e a vacinação para HPV.

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O urologista Maurício Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, nota que o número de amputações é extremamente alto e se deve sobretudo à desinformação. "Muitos nem sabem que é possível ter câncer no pênis, não buscam especialistas e acabam recebendo o diagnóstico tarde demais", informa.

Quando identificado em estágio inicial, o câncer de pênis tem alta chance de cura e pode ser tratado de forma menos agressiva. Nesses casos, o tumor está restrito à parte superior da pele e não atinge estruturas mais profundas. Por isso, é possível remover apenas a área afetada - ou seja, sem necessidade de retirada do pênis.

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A amputação é para situações extremas. "Nesses casos, a uretra é colocada no períneo, e o paciente tem que começar a urinar sentado, o que por ser um desafio", informa Cordeiro. Além de o procedimento alterar a parte física, ele é bastante prejudicial em termos psicológicos, já que abala a autoestima do indivíduo.

O que causa câncer no pênis?

Trata-se de uma infecção crônica do prepúcio (pele que encobre a glande - cabeça do pênis), que se manifesta inicialmente como uma ferida que não cicatriza e evolui para uma úlcera ou lesão grave. Uma das causas mais comuns é a não higienização adequada da área, onde fungos e bactérias podem se proliferar.

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De acordo com Maurício, a higiene da região deve ser feita todos os dias, no banho. "É necessário retrair o prepúcio, expor a glande e lavar a região com água e sabão. Os pacientes com fimose (dificuldade na exposição da glande) têm mais risco de desenvolver a doença e podem recorrer à remoção cirúrgica do prepúcio para facilitar a higienização".

Além disso, o câncer de pênis pode surgir em decorrência de infecção pelo vírus HPV (o papilomavírus humano), que afeta cerca de 9 milhões de pessoas no Brasil. Trata-se de um vírus sexualmente transmissível que, nas mulheres, causa câncer de colo de útero. Para evitar a contaminação, é recomendado o uso de preservativos na relação sexual, além da vacinação contra o vírus - disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos.

Para evitar um diagnóstico tardio e, assim, passar por um tratamento menos invasivo, é fundamental ficar atento à ocorrência de algum desses sintomas - e não hesitar em procurar um médico especialista:

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- Ferida que não cicatriza;

- Secreção com forte odor;

- Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);

- Presença de nódulos na virilha.

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