O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), destacou nesta segunda-feira, 16, a posição privilegiada do Brasil, e em especial do Estado, para aproveitar as oportunidades do movimento global de transição energética.
Durante congresso sobre neoindustrialização da Abimaq, associação da indústria de máquinas e equipamentos, Tarcísio chamou atenção à busca de países europeus por parceiros confiáveis em energia limpa. "Tenho conversado com dirigentes de países europeus que querem parceiros confiáveis na transição energética. O parceiro confiável é o Brasil", declarou o governador.
Tarcísio disse que a cana-de-açúcar, uma das "riquezas do Estado", abre uma gama enorme de oportunidades, seja como fonte de hidrogênio verde, um dos mais promissores substitutos dos combustíveis fosseis, seja na geração de energia a partir de biomassa ou na produção de etanol de primeira e segunda geração. Também frisou que São Paulo tem sido procurado por indústrias de aviação que buscam fontes de combustível sustentável das aeronaves, conhecido como SAF. "Podemos produzir SAF à vontade que não vamos dar conta da demanda global", assinalou o governador, reiterando que o Brasil tem tudo para liderar a descarbonização a nível global.
Após lembrar que já editou 11 decretos de redução de ICMS a setores estratégicos, com o objetivo de destravar investimentos, Tarcísio disse ter certeza que São Paulo vai se beneficiar muito da nova industrialização, tema do congresso realizado na sede da Abimaq.
O governo paulista conta mais de R$ 200 bilhões em investimentos diversos que serão realizados até 2026, desde investimentos totalmente privados e privatizações a parcerias público-privadas e concessões.
Mais uma vez, Tarcísio demonstrou apoio à reforma tributária, que, observou, será fundamental para a "libertação" da indústria. O setor espera ter uma redução de carga com as mudanças no sistema de recolhimento de impostos.
Para o governador paulista, a tributação apenas no destino - e não mais na origem, como previsto na reforma numa mudança que acaba com a guerra fiscal - não vai prejudicar São Paulo. "A reforma tributária é boa ao Estado de São Paulo porque é boa para a indústria de São Paulo", disse.
"São Paulo não tem medo da tributação no destino. Ganhamos nas duas pontas", acrescentou o governador, ao lembrar que, além de ser produtor, São Paulo tem o maior mercado consumidor do País. A reforma tributária, em tramitação agora no Senado, prevê que a cobrança de impostos aconteça apenas onde os produtos são consumidos.
Em sua fala, Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura do ex-presidente Jair Bolsonaro, deu destaque também para as reformas "brutais" realizadas nos últimos anos para atacar as causas do baixo crescimento estrutural do País. Citou, entre elas, a reforma da Previdência e o novo marco do saneamento, ambos aprovados durante a última administração federal. Fora isso, pontuou Tarcísio, o Brasil melhorou a modelagem das concessões, com melhor compartilhamento de riscos de demanda e de câmbio entre setores público e privado, o que contribuiu para a contratação de R$ 1 trilhão em investimentos em infraestrutura.
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