A Dinamarca será o primeiro país do mundo a taxar as emissões de gases de efeito estufa da atividade agrícola, principalmente o metano do “arroto do boi”. A taxação começa em 2030.
Após meses de negociações envolvendo representantes dos produtores e grupos ambientalistas, o governo do país obteve acordo para a proposta de cobrar cerca de € 100 anuais para cada boi ou vaca dos rebanhos.
O arroto do boi é uma das maiores fontes de emissão de gás metano, que contribui para o efeito estufa e o gás é lançado na atmosfera pela boca dos animais. Essa é a conclusão de estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Nos primeiros 20 anos, o metano tem uma contribuição 80 vezes maior que a do CO2 no agravamento da crise climática.
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“Seremos o primeiro país do mundo a criar um verdadeiro imposto de carbono para a agricultura. Outros países serão inspirados [com a medida]”, afirmou o ministro da Taxação do país, Jeppe Bruus, em comunicado.
Na Dinamarca, um país que exporta carne suína e leite e derivados, a agricultura responde por quase 50% das emissões nacionais. No caso do Brasil, essa porcentagem é de 75%, de acordo com os dados mais. A medida ainda precisa passar pelo Parlamento, mas a aprovação é considerada praticamente certa pois o tema foi discutido amplamente entre os setores afetados.
A proposta diz que cada produtor rural terá de pagar 300 coroas (cerca de € 40 ou R$ 234,64) por tonelada de CO2 emitida em 2030. O valor aumenta para 750 coroas em 2035.
Com deduções temporárias no imposto de renda, o tributo cai na prática para 120 e 300 coroas por tonelada, respectivamente. Considerando uma emissão média de 6 toneladas de CO2 equivalente por cabeça de gado, os pecuaristas teriam de pagar cerca de 720 coroas por ano na primeira fase da taxação.
O governo vai oferecer mais de € 5 bilhões em subsídios para a adoção de técnicas de agricultura de baixo carbono. A Dinamarca é uma grande exportadora de leite e derivados. O plano vai permitir que o país atinja os compromissos nacionais de descarbonização firmados no âmbito da Convenção do Clima, segundo o governo.
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A reconversão de áreas plantadas para florestas, com o plantio de 250 mil hectares até 2045, também vai ter impacto positivo na biodiversidade.
“Estamos criando mais natureza, melhorando a qualidade de água, aumentando a cobertura de florestas e permitindo o desenvolvimento de uma agricultura alinhada com a concorrência verde do futuro”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Lars Rasmussen.
A Nova Zelândia estava considerando criar um imposto semelhante. O país tem 5,15 milhões de habitantes, cerca de 10 milhões de bois e vacas e 25 milhões de ovelhas.
Mas o plano foi abandonado no início de junho depois de protestos dos produtores. Os rebanhos animais são responsáveis por quase metade das emissões de gases de efeito estufa do país.
Com informações: site Reset
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