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Aranhas manipulam brilho de vaga-lumes para atrair mais presas, aponta estudo

Na natureza, machos costumam ir atrás de fêmeas para acasalar. Mas, e se, no lugar da fêmea, encontrarem uma armadilha? É isso que cientistas descobriram acontecer com vaga-lumes que sobrevoam os campos de Wuhan, na China. Entre os vaga-lumes tropicais a

Milena Félix (via Agência Estado)

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Escrito por Milena Félix (via Agência Estado)
Publicado em 22.08.2024, 21:09:00 Editado em 22.08.2024, 21:15:28
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Na natureza, machos costumam ir atrás de fêmeas para acasalar. Mas, e se, no lugar da fêmea, encontrarem uma armadilha? É isso que cientistas descobriram acontecer com vaga-lumes que sobrevoam os campos de Wuhan, na China.

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Entre os vaga-lumes tropicais asiáticos da espécie Abscondita terminalis, machos e fêmeas possuem padrões de luz diferentes, usados para atrair parceiros. Os machos piscam em um padrão duplo e rápido com duas lanternas que ficam no abdômen, enquanto as fêmeas piscam com uma única lanterna lentamente.

Alguns machos podem mudar esse padrão de luz em casos em que querem se destacar dos demais. Porém, biólogos perceberam que machos estavam mudando a maneira de piscar quando capturados por aranhas da espécie Araneus ventricosus. Como resultado, outros machos são atraídos, pensando estar indo ao encontro de uma fêmea. Ao chegarem lá, também são predados pela aranha. O estudo foi publicado recentemente na revista Current Biology.

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A pesquisa começou quando Xinhua Fu, da Universidade Agrícola de Huazhong, percebeu um fenômeno que estava acontecendo com os vaga-lumes de Wuhan, com várias teias com apenas machos presos nelas. A partir daí, Daiqin Li, da Universidade Nacional de Cingapura, se juntou ao estudo.

Juntos, os dois biólogos estudaram 161 teias de aranha no campo, e as dividiram em quatro grupos:

- as que possuíam um vaga-lume macho na orbe e uma aranha;

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- as que tinham só o vaga-lume, sem aranha;

- as que possuíam ambos, mas a lanterna do vaga-lume estava pintada de preto;

- e as teias que estavam sozinhas.

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Como resultado, os cientistas observaram que as teias que tinham o sistema completo, com um vaga-lume macho preso e uma aranha, capturaram até sete outros vaga-lumes machos. Por outro lado, as teias que não tinham aranha conseguiram não mais que outros dois vaga-lumes.

Outra informação importante registrada é que o comportamento das aranhas mudou nos diferentes grupos. Quando o vaga-lume possui lanterna, a aranha não o devora de uma vez, mas o deixa vivo para que continue piscando. Já os vagalumes com lanterna pintada, quando capturados, são devorados imediatamente.

Apesar dos resultados serem bastante intrigantes, ainda são necessárias mais pesquisas. Não se sabe, ao certo, se a aranha manipula a luz do vagalume propositalmente, ou se é seu veneno que paralisa uma das lanternas do inseto.

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