Nesta temporada de 2025, 16 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileirão são patrocinados por casas de apostas esportivas. Além disso, as publicidades em TV e nos jogos do futebol são tomadas pelas famosas bets.
Vivenciando um período de adaptação em meio à regulamentação que entrou em vigor há pouco tempo, essas empresas ainda não têm nenhum outro setor econômico capaz de rivalizar os espaços publicitários nas camisas de time e placas de anúncio. Mas afinal, para quê servem essas campanhas? Elas realmente influenciam os fãs de futebol?

O impacto da publicidade das apostas no futebol brasileiro
As bets já são parte da identidade visual do futebol no Brasil. Camisas, placas de estádio, comerciais de TV — em qualquer canto, o torcedor se depara com as marcas do setor. Mas esse bombardeio publicitário tem um impacto maior do que apenas financiar os clubes.
Primeiro, é impossível ignorar o volume de dinheiro envolvido. Em 2024, as casas de apostas movimentaram mais de R$100 bilhões no Brasil, segundo o Ministério da Fazenda. Boa parte desse valor volta para o futebol e garante salários, infraestrutura e contratações. Sem esse investimento, muitos clubes teriam dificuldades para competir financeiramente.
Mas há o outro lado da moeda. Com campanhas de publicidade tão poderosas no setor esportivo, a relação entre apostas e futebol se torna cada vez mais próxima. Para muitos torcedores, especialmente os mais jovens, apostar durante um jogo já é tão comum quanto comentar sobre escalações.
A regulamentação que entrou em vigor em 2025 tenta estabelecer limites, proibindo anúncios que incentivem apostas irresponsáveis. Ainda assim, o mercado de apostas segue em crescimento, incluindo plataformas de cassinos online, que também passaram a ser regulamentadas recentemente. Para entender mais sobre esse setor, confira este panorama sobre os principais operadores. Elas não apenas financiam o esporte, mas também moldam a experiência do torcedor.
No fim das contas, a questão não é mais se a publicidade de apostas tem impacto, mas sim qual é o tamanho desse impacto e como ele deve ser regulado.
Os anúncios realmente influenciam os torcedores?
A publicidade das casas de apostas tomou conta do futebol brasileiro. Basta assistir a um jogo ou rolar o feed das redes sociais para se deparar com propagandas do setor. Mas será que essa exposição constante realmente leva os torcedores a apostarem? Estudo indica que a resposta é sim.
Um levantamento do Locomotiva, em parceria com a QuestionPro, apontou que 68% dos brasileiros tiveram influência de propagandas ou patrocínios para começar a apostar. A presença das casas de apostas no futebol não apenas atrai novos jogadores, mas também fortalece a ideia de que apostar faz parte da experiência esportiva.
Só que apesar do grande alcance das campanhas publicitárias em televisão e camisas de times de futebol, a aceitação entre o público não é unânime. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 71% dos brasileiros são contra propagandas de sites de apostas, e entre aqueles que nunca apostaram, esse número sobe para 75%.
A regulamentação dos anúncios de apostas no Brasil
A publicidade das apostas esportivas no Brasil está passando por mudanças, e a Lei nº 14.790/2023 trouxe regras para evitar excessos e proteger o público, mas novos projetos tentam impor restrições ainda mais rígidas. Segundo a lei, anúncios de apostas devem:
- Exibir avisos sobre jogo responsável
- Ser voltados apenas para adultos
- Não sugerir que apostas resolvem problemas financeiros
- Não usar celebridades ou personagens que atraiam menores de idade
Mesmo com essas regras que já estão em vigor, duas novas propostas que correm na Câmara dos Deputados pretendem reduzir a presença das apostas na mídia:
- O PL 3.563/2024 quer proibir toda publicidade e patrocínio de apostas.
- O PL 3.915/2023 sugere limitação de horários na TV e rádio e a proibição do uso de influenciadores e atletas em campanhas.
O cenário ainda está mudando, e o futebol pode sentir os impactos. Se as restrições aumentarem, os clubes podem sentir os impactos na sua principal fonte de renda hoje.
Conclusão: marketing agressivo ou apoio essencial?
O futebol brasileiro e as apostas esportivas já estão entrelaçados. Os patrocínios injetam dinheiro nos clubes, ajudam a pagar salários e mantêm o esporte competitivo. Mas o preço dessa parceria vai além do financeiro. A publicidade massiva influencia torcedores, normaliza o jogo e levanta debates sobre até que ponto isso é saudável.
No fim, a questão não é se essa relação vai continuar, mas como equilibrar lucro, transparência e responsabilidade para que o futebol não vire apenas um grande outdoor de apostas esportivas a longo prazo.
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