O apagão que deixou mais de 2 milhões de endereços sem luz em São Paulo após a tempestade da noite de sexta-feira, 11, fez a discussão sobre o enterramento de fios de energia elétrica ser retomada na capital. A solução é apontada por especialistas como eficaz para evitar blecautes em dias de ventos fortes e chuvas intensas e é pleiteada por moradores, mas enfrenta entraves como custos altos e desafios logísticos.
Pela segunda vez em menos de um ano a falta de energia elétrica tem prejudicado moradores e comerciantes de diversos bairros da capital. Cerca de 900 mil unidades consumidoras seguiam afetadas sem energia, segundo boletim da Enel deste domingo, o que representa 11% dos usuários. Em novembro do ano passado, um apagão também provocado pela chuva afetou mais de 2 milhões de clientes e demorou quase uma semana para ser solucionado.
Um dos bairros mais afetados pela falta de energia desde sexta-feira, é Pinheiros, na zona oeste, onde a moradora Rosane Brancatelli relata que a solução encontrada por alguns vizinhos foi a instalação de geradores. "Geradores a mil poluindo o meio ambiente, que já está pesado de tanta poluição", critica.
"Por que não abrem uma licitação para aterrar toda fiação elétrica em vez de deixar o custo pesado para cada morador fazer por si só?", questiona.
O enterramento dos fios diminui o desgaste causado pela chuva, os problemas de roubo e acidentes causados por queda de árvores e postes, além de melhorar a segurança, a confiabilidade e a disponibilidade da rede de distribuição de energia, de acordo com especialistas. Contudo, é uma alternativa cara e lenta.
Só na região central de São Paulo, seriam necessários R$ 20 bilhões, estima a Prefeitura. Também não há consenso sobre quem ficaria responsável por arcar com todo este custo.
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