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LIBERDADE CONDICIONAL

Após 11 anos do crime Elize acumula polêmicas ao tentar reiniciar vida

Dia 19 de maio de 2012 foi a última fez que o herdeiro da Yoki Marcos Matsunaga foi visto. Detalhes ainda são questionados

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2023, 10:17:21 Editado em 19.05.2023, 10:17:21
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Há exatos 11 anos, Elize Matsunaga saía pelo elevador do apartamento de luxo onde morava com o marido, Marcos Matsunaga, carregando o corpo dele dentro de malas pretas. O assassinato do herdeiro da Yoki ganhou repercussão nacional e, apesar de ter ocorrido há mais de uma década, o caso segue gerando polêmica.

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Elize está em liberdade condicional desde maio do ano passado. Desde então, ela foi acusada de falsificar documento, apareceu em imagens do próprio celular tomando cerveja na praia, descumprindo assim regras judiciais, e tentou se firmar como motorista de aplicativo, mas acabou desistindo em razão da atenção que o fato atraiu.

A liberdade condicional dada a Elize veio junto com a determinação de que ela obtivesse ocupação lícita. Essa regra teria motivado Elize a trabalhar em uma construtora em Sorocaba, cidade paulista onde foi morar a convite de uma ex-detenta que havia conhecido no presídio. A presença de Elize logo gerou desassossego em um condomínio onde a construtora atuava.

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Elize rapidamente se viu de novo diante de problemas com a polícia. Com um histórico nas páginas policiais bastante conhecido em todo o país, ela teria falsificado um atestado de antecedentes criminais e acabou descoberta e indiciada pela polícia. O Ministério Público chegou a pedir o retorno dela à prisão, o que foi negado pela Justiça.

Na mesma investigação, o celular de Elize foi apreendido, e os investigadores acharam imagens em que ela aparece tomando cerveja em um bar de praia em São Vicente.

Elize decidiu deixar Sorocaba e se estabeleceu em Franca, onde havia comprado um imóvel. Passou a trabalhar como motorista de aplicativo e, apesar de ser elogiada por alguns passageiros, desistiu por causa dos julgamentos que vinha sofrendo. Na mesma cidade, agora ela tenta exercer atividade profissional com um ateliê de costura.

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Polêmicas sobre o crime

As especulações sobre um segundo envolvido no crime, uma serra elétrica supostamente usada para esquartejar o herdeiro da Yoki, bem como o cano da arma utilizada por ela, que nunca foram encontrados, seguem intrigando o advogado da família da vítima, Luiz Flávio D'Urso, até hoje.

Em entrevista ao R7, D'Urso mencionou o fato de que câmeras de segurança gravaram Elize comprando uma serra elétrica no dia do assassinato, que teria sido usada para esquartejar Marcos. Durante as investigações, a polícia, de fato, encontrou uma serra elétrica, mas era uma antiga, usada pelo casal para abrir caixas de vinhos.

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"Elize foi visitar a família junto com a filha e a babá. Quando ela chega ao aeroporto em São Paulo, compra a serra elétrica e coloca na bagagem da babá. O Marcos pega elas no aeroporto e as leva para casa. Quando ele desce para pegar pizza, já acontece tudo, e essa nova serra elétrica até hoje nunca foi encontrada", afirma.

O cano que estava na arma usada para dar o tiro em Marcos, antes do esquartejamento, também nunca foi encontrado. Elize teria trocado após cometer o crime. Apesar de haver comprovação de que houve o tiro, a defesa suspeita de que Marcos ainda estivesse vivo quando teve os seus membros cortados.

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Sobre a questão de uma segunda pessoa envolvida, o advogado menciona que a vítima era faixa preta em artes marciais e não morreria tão facilmente. Além disso, o fato de que o apartamento do casal estava limpo o suficiente para não ter nenhum indício de que um esquartejamento havia ocorrido no local também pode revelar que a mulher teve algum tipo de ajuda, segundo o defensor.

Apesar de essas hipóteses da família não terem sido confirmadas pelas investigações, as teses continuam existindo para a defesa de Marcos Matsunaga. "São detalhes que ficaram em aberto e que só a Elize detém da informação. Apesar disso, uma dúvida nunca tivemos: foi ela quem matou e esquartejou Marcos", afirma.

Para o profissional, o crime foi premeditado. Ele alega que apesar da traição e das brigas do casal, Elize cometeu o crime por herança. "Durante todo o processo, foi constatado o motivo de dinheiro, porque ele tinha seguro de vida e ela seria beneficiada por isso, além de que, na mesma época, a Yoki, na qual Marcos era herdeiro, estava sendo vendida. Apesar disso, os jurados entenderam que, diante dos valores envolvidos, isso não seria um fator determinante no processo."

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Questionamentos contestados

O advogado da acusada contesta esses questionamentos. "Sobre a serra elétrica, quatro perícias realizadas descartaram a hipótese. Não era corte de serra, mas sim de faca. Já o cano da arma, ela descartou, conforme a confissão dela", afirmou Luciano Santoro.

Em relação ao possível envolvimento de outra pessoa, o defensor de Elize mencionou que um inquérito tramitou por três anos só para entender se houve efetivamente a participação de alguém, mas nada foi constatado. "Aliás, se tinha uma terceira pessoa, por que ela carregaria o corpo sozinha?", questionou.

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Mauro Dias, que era o delegado do caso na época, concorda com as afirmações de Santoro. Ele explica que Elize usou uma faca de cozinha para decepar Marcos. "Ela cortou olhando bem o que estava fazendo, por isso a precisão dos cortes", diz.

Segundo ele, houve a suspeita de que poderia haver uma segunda pessoa envolvida porque o médico-legista constatou uma diferença nos cortes dos membros inferiores e superiores de Marcos. No entanto, foi constatado que houve essa discrepância porque há membros mais pesados do que outros, então, em alguns, Elize teve mais dificuldade.

Sobre a troca do cano, o delegado conta que tanto ela quanto Marcos eram caçadores e tinham hábito de atirar. Com esse conhecimento, a mulher teria feito a troca para não aparecer nada no exame de balística.

Justiça foi feita?

Apesar das centenas de especulações e fatos no entorno deste caso, Elize confessou ter assassinado e esquartejado o marido e, após anos passando por diversos processos, ela recebeu, em 2016, a condenação de 19 anos, 11 meses e 1 dia de reclusão.

Segundo D'Urso, a família de Marcos sente que a justiça foi feita e que Elize teve as devidas consequências. "A família buscava que ela fosse condenada pelo crime que cometeu, e foi. O que ela faz agora, na liberdade condicional, não é mais um problema nosso, e sim do estado", comentou.

Ainda de acordo com a defesa da família de Marcos, ainda existe um recurso do caso sendo discutido, "mas dificilmente haverá mudança significativa na pena".

Com informações: R7

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