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Alergia a camarão: entenda os riscos e como prevenir crise que matou influencer no RN

A morte por alergia a alimentos é um evento considerado muito raro. Segundo a Organização Mundial de Alergia ocorrem, por ano, no máximo 0,32 casos por milhão de pessoas. Mas foi o que aconteceu com o influenciador digital Brendo Yan, de 27 anos, do Rio G

Roberta Jansen (via Agência Estado)

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Escrito por Roberta Jansen (via Agência Estado)
Publicado em 29.04.2023, 07:01:00 Editado em 29.04.2023, 07:08:01
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A morte por alergia a alimentos é um evento considerado muito raro. Segundo a Organização Mundial de Alergia ocorrem, por ano, no máximo 0,32 casos por milhão de pessoas. Mas foi o que aconteceu com o influenciador digital Brendo Yan, de 27 anos, do Rio Grande do Norte, que apresentou uma forte reação alérgica depois de comer um bolinho de camarão e acabou morrendo na última quarta-feira, 26.

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A alergia alimentar é uma resposta exacerbada do organismo a determinadas proteínas presentes em alguns alimentos que são reconhecidas erroneamente como agressoras pelo sistema imunológico e, por conta disso, atacadas. Os sintomas podem ser leves, como reações cutâneas, e gastrointestinais, até outros mais graves, como reações nas vias aéreas e cardiovasculares.

A reação mais grave e potencialmente letal é a anafilaxia, com comprometimento do sistema cardiocirculatório, hipotensão e choque. Em questão de minutos a pessoa pode morrer se não for imediatamente tratada com adrenalina. Foi o que aconteceu com Brendo Yan. Ele chegou a ser socorrido e ficou quatro dias internado, mas, mesmo assim, não resistiu.

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"Esses desfechos fatais são raros e nos deixa muito triste até porque são preveníveis em pelo menos dois estágios", afirmou a médica Ana Paula Moschione Castro, alergista e imunologista da USP e diretora da Clinica Croce. "O primeiro deles, para quem sabe que tem alergia, é evitar a ingestão do alimento. Mas sabemos que, às vezes, ele pode estar escondido em alguma preparação ou sob uma rotulagem inadequada. O segundo é, uma vez iniciada a reação, reconhecer a gravidade e tomar as medidas para reduzir o risco de morte."

A principal medida, segundo a especialista, é tomar uma injeção de adrenalina o mais rapidamente possível. Em pelo menos um terço dos países do mundo os pacientes têm o direito de carregar consigo uma adrenalina autoinjetável para ser usada nessas circunstâncias. No Brasil, isso não é permitido. Portanto, a única medida possível é se encaminhar ao hospital mais próximo para tomar a adrenalina.

"Nesses casos, quando há o acometimento de dois sistemas ao mesmo tempo, como o cutâneo e o respiratório, não adianta tomar antialérgico", alerta a especialista. "É preciso ir para o pronto-socorro mais próximo para receber a adrenalina."

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No Brasil, não há estatísticas oficiais, mas a prevalência de pessoas alérgicas a alimentos se assemelha à internacional, segundo especialistas. Até os 2 anos de idade, cerca de 8% das crianças têm algum tipo de alergia alimentar, geralmente a leite, ovos e trigo. Esse tipo de alergia, em muitos casos, é reversível conforme a criança envelhece. Entre os adultos, a prevalência é de 2%. Neste caso, os principais vilões são os frutos do mar, com destaque para o camarão, os peixes, o amendoim e as castanhas em geral.

"Mas qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, está sujeita a ter uma reação alérgica. Pode ter comido camarão a vida toda sem problemas e, um dia, apresentar alergia", alertou o especialista Alex Lacerda, do Departamento Científico de Anafilaxia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). "Nas pessoas que já sabem que têm alergia, erros comuns são achar que se comer só um pouquinho não terá reação ou que se tomar um antialérgico antes não terá reação. A medicação antes não previne a anafilaxia."

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