Ana Clara Macedo dos Santos, de 13 anos, morreu por conta de uma síndrome inflamatória causada pós-covid, em Campinas, São Paulo. De acordo com o atestado de óbito da jovem, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica foi apontada como o motivo da morte após ter contato com a Covid-19.
Conforme o relato dos familiares, a adolescente era assintomática, pois não apresentou nenhum sintoma da doença, e também não fez teste algum. No mês de dezembro de 2020, a família de Ana, que convive na mesma casa, positivaram para a Covid-19. No entanto, como a jovem não teve problemas respiratórios e nem perda de olfato ou paladar, não foi submetida a um exame.
Já no dia 19 de fevereiro deste ano, Ana Clara amanheceu com torcicolo e com dor de barriga, segundo o pai da criança, Paulo César dos Santos. No dia seguinte (20), a menina acordou com febre, mas recebeu os cuidados em casa e a temperatura corporal retornou ao normal. Porém, as dores na barriga continuaram.
Na tarde do dia 22, Paulo César levou a filha a um hospital para descobrir o motivo da dor. No início, os pais pensaram que seria apenas uma cólica menstrual, mas, no centro médico, médicos e enfermeiros suspeitaram de pedra na vesícula. Entretanto, o quadro da adolescente piorou.
A jovem foi internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na madrugada do dia 23. Já no período da manhã, Ana precisou ser entubada e sedada. No dia seguinte (24), a menina morreu por falência múltipla dos órgãos, conforme os médicos.
“Quando eu vi que a minha filha estava piorando eu perguntei para a médica, para ela não me esconder, qual era a probabilidade de chance da minha filha. Ela falou que o estado era bem grave”, contou Rosana dos Santos, mãe da vítima.
O laudo com a causa da morte da adolescente foi divulgado, na última quarta-feira (3), e indicou que a menina teve um choque séptico, que é uma falência múltipla dos órgãos ocasionado pela síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, causado pela Covid-19.
A síndrome causa inflamação na parede dos vasos sanguíneos de alguns órgãos.
“Normalmente duas, três ou quatro semanas antes a pessoa teve covid, sem saber. A gente acaba fazendo essa ligação entre a infecção anterior pela covid e o desenvolvimento desta síndrome. Em um ano de pandemia nós aprendemos que as máscaras, mesmo as de tecido, mesmo com as novas variantes, são úteis e eficazes como barreira para impedir a transmissão. Crianças acima de 2 anos de idade devem usar máscara. É importante lembrar também que para a criança a fonte de transmissão normalmente é o núcleo familiar”, disse a infectologista Raquel Stucchi.
Despedida de Ana Clara
“Eu não quero culpar que minha filha pegou na escola, ou que eu sou culpada porque eu trabalho no hospital, ou meu marido porque é motorista, eu não quero culpar ninguém. Só quero alertar a população”, desabafou a mãe de Ana Clara.
Paulo César, pai da menina, fez um apelo as pessoas para que tenham cautela com o vírus.
“Infelizmente minha filha foi a primeira e nossa intenção é que ela seja a última, que não tenha mais”, contou Paulo César.
Com informações; Ric Mais.
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