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Acessibilidade: urnas terão novo recurso para pessoas com deficiência

A voz sintetizada Letícia guiará eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão por uma nova experiência eleitoral

Da Redação

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As medidas garantem a preservação do anonimato da votação e a autonomia das eleitoras e dos eleitores com deficiência.
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As medidas garantem a preservação do anonimato da votação e a autonomia das eleitoras e dos eleitores com deficiência.
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.04.2024, 15:53:30 Editado em 07.04.2024, 15:53:41
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Moderna, confiável e ainda mais inclusiva, a urna eletrônica será equipada com um novo recurso de acessibilidade para auxiliar pessoas com deficiência visual na hora de votar. A partir das Eleições Municipais de 2024, a voz sintetizada Letícia guiará eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão por uma nova experiência eleitoral.

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Além de oferecer instruções básicas para dar início ao processo, a ferramenta de sintetização informará o cargo que está em votação no momento, os números digitados e o nome da candidatura escolhida.

Ao entrar na seção eleitoral e se identificar, a pessoa deve comunicar a deficiência visual à equipe de mesárias e mesários, que habilitará a urna e entregará fones de ouvido para uso durante a permanência na cabine eleitoral.

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Juntas, as medidas garantem a preservação do anonimato da votação e a autonomia das eleitoras e dos eleitores com deficiência. Todos os modelos de urna utilizados nos dias 6 (primeiro turno) e 27 de outubro (data do segundo turno) estarão equipados com a inovação.

Atendendo a uma sugestão da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), a Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior Eleitoral (Sevin/TSE) decidiu mudar toda a tecnologia por trás do sintetizador anterior, instalado nos equipamentos em 2020.

Apesar de representar um avanço diante dos antigos áudios gravados que funcionaram nas urnas de 2000 a 2018 – que comunicavam o cargo em votação e os números das candidaturas, mas ainda não informavam o nome dos concorrentes -, a sintetização de voz necessitava de um toque mais “humano” para melhorar a compreensão das palavras pelo eleitorado com deficiência visual.

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De acordo com o chefe da Sevin, Rodrigo Coimbra, a efetiva integração do recurso às urnas eletrônicas durou três meses e contou com a participação de 16 servidores e colaboradores que, durante o período, se dedicaram à pesquisa, à adaptação do software e aos testes da nova funcionalidade.

- LEIA MAIS: Pelo menos 8 vereadores devem trocar de partido em Apucarana

Um trabalho minucioso em prol da democracia e inclusão de pessoas com deficiência no processo eleitoral brasileiro.

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“Agora a fala [do sintetizador de voz] é muito mais natural e inteligível”, explicou Rodrigo Coimbra.

Mas, afinal, de quem é a voz da urna eletrônica?

A voz sintetizada Letícia pertence à atriz e cantora volta-redondense Sara Bentes, que nasceu com deficiência visual. Como o processo de integração foi realizado por meio um software livre, criado por programadores cegos, que converte o texto em fala e funciona como uma espécie de ‘banco de vozes’ público, ela tinha conhecimento de que o recurso ajudaria muitas pessoas, mas ainda não sabia que seria a nova voz da urna eletrônica. A descoberta ocorreu na última segunda-feira (1º), dia em que Sara comemorou mais um ano de vida.

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“Foi uma surpresa muito positiva. Pensei: 'Olha que presente de aniversário interessante!', porque, quando fiz esse trabalho para a voz sintetizada Letícia, a gente doa a nossa voz. Não existe nenhum tipo de direito autoral com isso. A gente doa a voz e não tem noção de onde isso vai parar”, relatou Sara Bentes.

Para o projeto de sintetização, a cantora explicou que precisou gravar mais de 30 horas de leitura em voz alta em um estúdio profissional. A partir dessa amostragem, foi formada a voz sintética, batizada de ‘Letícia’ por ser o segundo nome da autora da gravação.

Quando perguntada sobre a sensação de ser a nova voz da urna eletrônica, Sara se disse realizada.

“Tudo o que venho fazendo, seja em relação à voz Letícia, seja por meio da minha arte, é para promover mais equidade, é para valorizar a diversidade, é para trazer mais consciência e para melhorar a vida das pessoas. Ser a voz da urna é uma realização muito forte, muito significativa, muito bonita, porque faz parte de tudo que eu acredito e de todo meu movimento por mais inclusão e mais acessibilidade”.

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