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72,7% dos brasileiros vivem em casa própria, diz IBGE; fatia pagando aluguel sobe em 2 décadas

A grande maioria da população brasileira vive em casa própria, segundo revelou o levantamento Características dos Domicílios, do Censo 2022, divulgado na manhã desta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto

Roberta Jansen (via Agência Estado)

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Escrito por Roberta Jansen (via Agência Estado)
Publicado em 12.12.2024, 13:50:00 Editado em 12.12.2024, 13:57:35
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A grande maioria da população brasileira vive em casa própria, segundo revelou o levantamento Características dos Domicílios, do Censo 2022, divulgado na manhã desta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, o IBGE registra uma queda contínua nesse porcentual nas últimas duas décadas, em todo o País, com um aumento proporcional daqueles que pagam aluguel.

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De acordo com os dados do último Censo, 72,7% da população vivem em domicílios próprios (sejam eles comprados e quitados, em financiamento, herdados ou doados). A porcentagem era um pouco mais alta em 2000, chegando a 76,8%.

Em compensação, o número de pessoas pagando aluguel, que vinha caindo entre 1980 e 2000, voltou a subir há duas décadas, passando de 12,3% para os atuais 20,9%.

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Os pesquisadores do IBGE não sabem ainda explicar os fatores por trás desse movimento, uma vez que nem todas as informações do Censo 2022 foram divulgadas - faltam, por exemplo, os dados de renda por domicílio, cruciais para essa análise. Mas arriscam algumas teorias.

"A gente não tem no Censo, nem em outras fontes de dados, algo que nos permita interpretar essas informações", explicou o pesquisador Bruno Mandelli Perez, responsável pelo levantamento. "Mas podemos dizer que é um processo nacional, que ocorre em praticamente todas as unidades da federação, principalmente de 2010 a 2022. O fato de ser um processo bem disseminado no território nacional, nos leva a eliminar algumas causas, como políticas urbanas específicas e fluxos migratórios (tipicamente, estados que recebem mais migrantes tendem a ter porcentagens maiores de pessoas vivendo de aluguel)."

O aumento do número de pessoas vivendo em imóveis alugados não é necessariamente um indicador de vulnerabilidade social, como esclarece o pesquisador. Tanto é assim, que a participação dos municípios com os maiores porcentuais de imóveis alugados está, justamente, nas unidades da federação mais ricas, como São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Dentre os municípios com mais de cem mil habitantes, por exemplo, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, é o que tem mais imóveis alugados (45,2%).

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"Do ponto de vista individual, a maioria das famílias prefere ter algum patrimônio", disse o pesquisador. "Mas mudanças culturais podem ditar novas maneiras de acumular esse patrimônio, que não seja por meio da posse de uma casa."

Do ponto de vista da qualidade das residências, os novos dados do Censo mostram que a situação vem melhorando ao longo das últimas décadas. Pelo menos 87,0% da população vivem em domicílios com paredes externas de alvenaria com revestimento ou taipa com revestimento - um aumento de oito pontos porcentuais em relação a 2010. Em seguida aparecem as casas de alvenaria sem revestimento, com 7,6%, e as residências feitas com materiais reaproveitados, com 4,1%.

O Censo revelou também que metade da população vive em residências com pelo menos seis cômodos, enquanto 29,2% moram em domicílios com cinco cômodos. O IBGE entende como "cômodo" cada compartimento do domicílio, incluindo banheiro e cozinha.

O Censo apurou também a proporção de pessoas que tinham máquina de lavar roupa e acesso à internet em casa. Em 2000, apenas 31,8% da população tinham máquina de lavar. A porcentagem passou para 46,9% em 2010 e, finalmente, para 68,1% em 2020. Também de acordo com o último Censo, 89,4% da população tinham acesso à internet em casa.

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