O Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho está completando 30 anos. Fruto da parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater, Syngenta, Embrapa, Instituto Agronômico de Campinas e prefeituras municipais, o projeto tem como prioridade profissionalizar pequenos agricultores, aumentando a produtividade e a renda de lavouras. A iniciativa viabiliza o acesso às boas práticas e contribui para a sustentabilidade da agricultura.
Para celebrar as três décadas do programa, acontece a partir desta terça-feira (03) a 21ª Semana de Campo, na Fundação ABC, em Ponta Grossa. O encontro que seguirá até sexta (06) reunirá agricultores e profissionais das cadeias produtivas para debater temas centrais do projeto. A preservação do meio ambiente, o manejo do solo, novas cultivares de feijão e híbridos de milho, manejo integrado de pragas e controle de doenças são alguns dos assuntos a serem discutidos pelos 1,6 mil participantes.
De acordo com Germano Kusdra, coordenador estadual do projeto, os agricultores terão a oportunidade de conhecer novas tecnologias que podem melhorar a produtividade e aumentar a renda das lavouras. Serão apresentados 32 novos materiais, entre variedades de milho e feijão.
“O produtor vai conseguir visualizar as tecnologias que estão ao seu alcance para aumentar a produtividade. São sete estações com os técnicos e pesquisadores orientando sobre o manejo de solo, plantas de cobertura, plantio direto, manejo integrado de pragas do feijão, controle de doenças, plantas invasoras e pragas do feijão e do milho”, afirmou Kusdra.
MANEJO - Além de variedades de feijão e milho, uma das novidades deste ano é a apresentação de resultados e do protocolo do Manejo Integrado de Pragas (MIP) do feijão. De acordo com Kusdra, até a realização desse trabalho, não havia orientações específicas para o Paraná. “Esse protocolo é o resultado do acompanhamento das últimas cinco safras no estado”, observou.
O extensionista destacou que produtores do projeto que aplicaram o MIP conseguiram reduzir sensivelmente o uso de inseticidas. “Houve casos em que não foi feita nenhuma aplicação, pois o acompanhamento indicava que as pragas não estavam causando prejuízo para as lavouras”, disse Kusdra.
Segundo ele, a função do MIP não é apenas reduzir o uso de agrotóxicos, mas também definir o produto certo, no momento adequado. “Isso reduz os custos das lavouras, porque diminui o gasto com produtos, mão de obra, maquinário e amassamento da cultura”, explicou. Ele acrescentou que, de maneira geral, o número de aplicações de inseticidas nas áreas dos agricultores do projeto caiu de três para uma.
Os profissionais do projeto também orientam os agricultores sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e recolhimento de embalagens para evitar intoxicações e a contaminação do ambiente. Esta ação conta com a parceria da Associação dos Revendedores de Insumos Agropecuários dos Campos Gerais (Assocampos) e da empresa Vest Segura.
PRODUTIVIDADE - O Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho vem sendo levado aos produtores há 30 anos. “O trabalho começou com uma ação conjunta do Instituto Iapar-Emater com a Syngenta sobre o uso correto de agrotóxicos e a segurança na aplicação. Depois vieram as orientações sobre o plantio direto e, posteriormente, tecnologias de produção de feijão e milho adequadas ao produtor familiar”, relembra Kusdra.
Ele informou ainda que os ganhos em produtividade são notórios. Enquanto a produtividade média nacional de feijão na safra 2018/2019 ficou em 1.031 kg por hectare – a estadual foi de 1.551 kg/ha – os produtores que participaram do projeto colheram 2.111 kg/ha.
No caso do milho os números também revelam um aumento significativo. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) demonstram que a produtividade média nacional na última safra chegou a 5.718 kg/ha. Agricultores do projeto conseguiram atingir a produtividade de 8.816 kg de milho por hectare, e no Paraná foi de 6.394 kg/ha.
O Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho mobiliza uma equipe de 50 técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater, além de profissionais de prefeituras, em 46 municípios do Estado na safra 2019/20. Ao todo, 2 mil agricultores familiares são acompanhados pelos extensionistas, além de produtores que participam ocasionalmente de alguma atividade do projeto.
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