A Secretaria de Estado da Saúde promoveu nesta quinta-feira (27) videoconferência sobre ações de prevenção e controle da doença de Chagas. Recentemente, o Ministério da Saúde repassou recursos para 19 municípios paranaenses com a finalidade de fortalecer a capacidade local de operações de monitoramento dos agravos da doença, análise epidemiológica, disseminação de informações e intensificação de ações de educação em saúde, vigilância e cuidados.
No encontro, a secretaria estadual repassou orientações para as equipes de Vigilância Ambiental, Epidemiológica e Atenção Primária destes municípios para a implementação das atividades.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a doença de Chagas faz parte das doenças negligenciadas, que são causadas por agentes infecciosos ou parasitas e atingem a população de maior vulnerabilidade social. Constam deste grupo, ainda, doenças como a leishmaniose, hanseníase, esquistossomose e a dengue, combatidas intensamente em todo Estado.
“Nesta gestão, a secretaria atua de forma estratégica, integrando as vigilâncias Ambiental e Epidemiológica e criando ainda a Coordenadoria de Promoção da Saúde para atuar nas melhorias das condições de saúde dos paranaenses atingidos pelas doenças negligenciadas”, afirma o secretário.
Os repasse de recursos pelo Ministério da Saúde aconteceu por meio do Fundo Nacional de Saúde. Os valores variam de R$ 10 mil a R$ 80 mil e beneficiam os municípios de Marechal Cândido Rondon, Jacarezinho, Assis Chateaubriand, Jandaia do Sul, Ubiratã, Siqueira Campos, Wenceslau Braz, Terra Roxa, Assaí, Campina da Lagoa, São João do Ivaí, Roncador, Jesuítas, Tomazina, São José da Boa Vista, São Jorge do Patrocínio, Jaboti, Salto do Itararé e Jundiaí do Sul.
O QUE É – A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, cujo principal vetor é o inseto “barbeiro” contaminado.
A chamada forma vetorial de transmissão se dá pelo contato de pele e mucosa com as fezes contaminadas do barbeiro, após a picada. Como frequentemente esta picada acontece no rosto, o vetor ficou conhecido como barbeiro. A contaminação também pode acontecer pela via oral, quando há a ingestão de alimentos contaminados.
Outras formas de transmissão, como a vertical, de mãe para filho, ou na transfusão de sangue e transplante de órgãos de doadores infectados, estão praticamente eliminadas no Brasil devido ao controle clínico e laboratorial.
FASES - A Doença de Chagas se apresenta em duas fases. A aguda, que pode ser sintomática ou não, é a mais leve. A pessoa pode apresentar febre prolongada por mais de sete dias, dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas. Nesta fase, muitos casos não são notificados porque a maioria dos infectados nem chega ao médico ou porque os sintomas podem ser confundidos com uma virose.
Uma segunda fase da doença é a crônica, quando geralmente os casos são confirmados. Esta etapa já envolve problemas cardíacos, como insuficiência, e digestivos, com inchaço do esôfago e do estômago. A fase crônica chega de maneira silenciosa – daí o surgimento de insuficiência de órgãos depois de décadas de contaminação.
O diagnóstico na primeira fase, em até três meses após o contágio, possibilita tratamento com medicamento ofertado pelo SUS.
DADOS - Desde 2018 o Paraná não apresenta casos agudos da doença de Chagas notificados. No entanto, há a presença do barbeiro no Estado e por isso a necessidade de ações de vigilância para o monitoramento do agravo e controle dos vetores, evitando infestação e colonização do vetor.
A doença foi descoberta em 1909 pelo médico brasileiro Carlos Chagas.
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