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Ambulatório de próteses faciais reconstrutivas atende pelo SUS

O Hospital de Reabilitação, unidade que integra o Completo Hospitalar do Trabalhador (CHT), em Curitiba, iniciou o serviço de diagnóstico, produção e manutenção de próteses faciais em janeiro de 2020. O novo serviço oferece atendimento para pacientes que

Da Redação

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Ambulatório de próteses faciais reconstrutivas atende pelo SUS
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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.02.2020, 10:36:00 Editado em 19.02.2020, 10:38:53
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O Hospital de Reabilitação, unidade que integra o Completo Hospitalar do Trabalhador (CHT), em Curitiba, iniciou o serviço de diagnóstico, produção e manutenção de próteses faciais em janeiro de 2020. O novo serviço oferece atendimento para pacientes que possuem algum tipo de anomalia craniofacial ou mutilações que necessitem de próteses de face. É o primeiro serviço qualificado no país que oferta pelo SUS as peças para a população.

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O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, diz que um hospital de reabilitação tem a missão clara de resgatar pessoas para a sociedade.

De acordo com o diretor-superintendente do CHT, Geci Labres de Souza Júnior, com o Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas pretende-se reabilitar a última etapa do tratamento dos pacientes com lesões na face.

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“Fazemos cirurgias de prótese de joelho, de quadril, para que a pessoa volte a andar. É a reabilitação. Quando alguém que teve uma neoplasia (câncer) de face ou nasceu com malformação ou ainda teve alguma parte do rosto ou crânio extraído é protetizado, isso também é reabilitação, porque com a prótese poderá sair de casa e seguir a vida”.

NOVO SERVIÇO – O Ambulatório conta inicialmente com duas cirurgiãs-dentistas, Roberta Targa Stramandinoli Zanicotti e Paola Corso. Elas trabalham em parceria para criar a melhor solução aos pacientes.

“Cada paciente precisa reabilitar uma estrutura anatômica específica. Avaliamos, estudamos o caso, e planejamos uma solução, moldamos o paciente e confeccionamos as próteses de forma personalizada”, diz Roberta. Segundo ela, faz-se a escultura em cera, provam no paciente e depois transformam a escultura em uma prótese de silicone, caracterizado conforme as características e cor da pele de cada paciente, de maneira artística. Com a facilidade de acesso à tecnologia, a fotografias digitais e tomografias, também tornam os resultados ainda mais previsíveis. “A ideia é utilizar também as técnicas de impressão 3D, fazendo o modelo virtual e imprimindo as peças em resina, para facilitar a etapa de escultura e adaptação”, explica Roberta.

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As próteses bucomaxilofaciais são utilizadas para reabilitar a estética e a funcionalidade dos órgãos faciais, para proteção dos tecidos que auxiliam na reintegração social e familiar dos pacientes.

Paola explica que o trabalho do ambulatório é personalizado e as peças são planejadas de acordo com o que for mais eficiente para o paciente. “Os pacientes recebem o tipo adequado de suporte para sustentação da peça. Quando viável, as próteses serão do tipo adesivas, e se as condições do paciente permitirem e o estudo apontar como melhor solução, faremos a prótese com implantes osseointegrados, que são as implantossuportadas”.

ACESSO – O acesso ao Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas é feito a partir do encaminhamento pela unidade básica de saúde, unidades de pronto atendimento e serviços dos SUS. O encaminhamento pode ser feito pelo telefone: (41) 3281-2600.

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“Sabemos que muitos dos pacientes ficam dentro de casa porque a fisionomia não é dentro dos padrões. Queremos divulgar amplamente este novo serviço de reabilitação para auxiliar pessoas a terem uma vida mais tranquila, com dignidade e autoestima”, diz Geci Labres de Souza Júnior. “É preciso lembrar ainda que este é o primeiro serviço oferecido todo pelo SUS, de forma gratuita para a comunidade”.

PRÓTESES – Josias Godoi, 36, é um dos primeiros pacientes atendidos no Ambulatório. O professor de artes tem microtia, malformação congênita que pode comprometer a audição e deformar a orelha. “Quando adolescente, resolvi fazer a extração do tecido que tinha na minha orelha para usar como prótese. Por isso foi colocado um implante e uma haste para fixar a peça no local”.

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Embora utilize a prótese há oito anos, ele não estava satisfeito com a estética da peça. “A cor está desbotada e eu mesmo acabo maquiando a peça. Mas além disso, o material também é bastante duro e muito diferente da textura da pele”, diz.

No Hospital, Godoi está na etapa final para receber as próteses. “Estou muito feliz neste momento de teste, pois além da cera esculpida ainda estou provando uma peça impressa em resina. As duas peças estão bastante equilibradas, tamanho e formato em relação ao meu rosto”. Pacientes como o Josias podem ser atendidos no Ambulatório, assim como pessoas que perderam parte do rosto por acidentes, queimaduras, ou doenças, como câncer de pele.

As próteses são divididas em dois grupos: intra e extraorais (faciais). As intraorais são para pacientes que tiveram mutilações nos ossos maxilares por tratamentos oncológicos e serão reabilitados com próteses obturadoras de palato. As próteses faciais podem ser nasal (de nariz), ocular, óculo-palpebral, auricular e para grandes perdas faciais ou no pescoço.

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Além da estética, as próteses devolvem ou proporcionam ao paciente a funcionalidade da mastigação, fala e muitas vezes a respiração. “O fechamento da comunicação bucosinusal em pacientes maxilectomizados evita o refluxo nasal de líquidos e sólidos, permitindo que o paciente volte a se alimentar pela boca, além de melhorar a fonação, fazendo com que fale normalmente. Com a instalação da prótese, o indivíduo resgata sua identidade, autoestima e confiança, melhorando a qualidade de vida”, afirma Roberta Zanicotti.

TREINAMENTO – Além do novo serviço ambulatorial, a equipe vai atuar também com treinamentos para novos profissionais por meio de estágios, cursos e acompanhamento. “Como temos o caráter acadêmico, aproximamos pessoas que atuam na academia para trocar conhecimentos, treinar e levar mais profissionais para áreas especializadas e que têm a real necessidade de profissionais qualificados”, diz Geci.

HISTÓRICO DO HOSPITAL – O Hospital atende pacientes com doenças neuromusculares, lesões encefálicas adquiridas, lesões medulares, malformações congênitas, mielomeningocele, sequelas físicas causadas pela hanseníase, paralisia cerebral, amputações de membros, Síndrome Pós-Poliomielite, Parkinson e também pacientes com sequelas para reabilitação com próteses na face e pescoço.O Hospital de Reabilitação iniciou as atividades em março de 2008, com 70 leitos de internação e 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém os leitos de UTI permaneceram fechados e sem equipamentos até outubro de 2019, quando o governo estadual investiu R$ 1,5 milhão para colocar o espaço em funcionamento. Os leitos foram abertos para ampliar a retaguarda das cirurgias neurológicas e ortopédicas, voltadas à reabilitação dos pacientes que aguardam em filas de espera.

Nesta unidade hospitalar do Estado são atendidas as especialidades de neurologia (adulto e infantil), ortopedia (adulto e infantil), urologia, clínica médica, fisiatria, pediatria, gastroenterologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia vascular. E no serviço de reabilitação oferece fisioterapia, fisioterapia aquática, terapia ocupacional, fonoaudiologia, musicoterapia, psicologia, serviço social, enfermagem e nutrição.

CHT – O Complexo Hospitalar do Trabalhador incorporou o Centro Hospitalar de Reabilitação, o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal e, nos próximos meses, o Centro de Referência Kennedy. Com as unidades em funcionamento, a proposta é que seja referência de atendimento no Brasil, ampliando assim a sua capacidade de oferta da alta complexidade para toda população.

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