O Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros, a FUP, aprovou por unanimidade indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia primeiro de fevereiro, em todo o Sistema Petrobrás. A possível decisão se daria contra as demissões na fábrica de fertilizantes da empresa em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, e as imposições da gestão que, segundo a FUP, ataca deliberadamente os direitos dos trabalhadores.
Três dias após o anúncio de que a fábrica será hibernada, os petroleiros fizeram um protesto em frente a empresa na manhã desta sexta-feira (17). De acordo com a FUP, a manifestação aconteceu simultaneamente em pelo menos outras nove cidades do Brasil. O anúncio oficial da Petrobras fala em 396 desligamentos, mas as entidade sindicais trabalhistas garantem que o ‘efeito cascata’ pode ocasionar quase 5 mil demissões.
O secretário de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, afirmou à Banda B, na manhã desta sexta-feira, que toda uma cadeia produtiva depende da fábrica e o baque será muito forte. “Sem a fábrica, outras empresas também serão obrigadas a fechar as portas, então estamos estimando 1,5 mil demissões diretas e outras 4 mil indiretas, em um momento que o desemprego está altíssimo. Será um baque muito forte para o município de Araucária e para o Estado do Paraná também”, disse.
As assembleias para que os petroleiros e petroleiras se posicionem sobre o indicativo de greve serão realizadas entre os dias 20 e 28 de janeiro. No dia 29, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para definir os próximos encaminhamentos.
Até lá, a FUP e o Sindiquímica-PR darão sequência às ações políticas e legais, para garantir os direitos dos trabalhadores da Fafen-PR e impedir a demissão em massa.
Hibernação
Segundo a Petrobras, a decisão de hibernar a fábrica acontece devido aos recorrentes prejuízos desde que foi adquirida em 2013.
“Somente de janeiro a setembro de 2019, a Araucária gerou um prejuízo de quase R$ 250 milhões. Para o final de 2020, as previsões indicam que o resultado negativo pode superar R$ 400 milhões”.
A empresa diz ainda que, no contexto atual de mercado, a matéria-prima utilizada na fábrica (resíduo asfáltico) está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia) e as projeções para o negócio continuam negativas.
(Banda B)
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