Um dos bandidos presos e que foi apontado como um dos chefes da organização criminosa que cavou um túnel de 70 metros, em um galpão localizado na região do Monte Castelo, em Campo Grande, já fugiu da cadeia cavando outro túnel.
"O buraco parte de uma edícula e um deles cavava uma média de 2 a 3 metros por dia e este já fugiu da prisão cavando túnel. Lá ele conheceu outro comparsa com passagem de roubo a banco e este o ajudou na ação criminosa, tanto para fuga da cadeia quanto agora na tentativa de chegar ao cofre do Banco do Brasil", afirmou o delegado João Paulo Sartori, responsável pelas investigações.
Para manter a estrutura, onde eles alugaram um galpão comercial em maio deste ano, havia um alto custo, sendo em torno de R$ 21 mil semanais. "Primeiro eles alugaram o local com uso de documento falso e, a princípio, o proprietário não tinha conhecimento da ação criminosa. Depois, eles fizeram uma porta para tampar a vista da edícula e, em seguida, começaram a cavar túnel.
"Ele, juntamente com o restante do grupo, cavou um túnel de 6 metros de profundidade e cerca de 70 metros de cumprimento, segundo a perícia que foi feita nesta manhã (23). A cada cinco metros, o local tinha iluminação e ventilador. Eles também mantinham um freezer com água mineral, todas sem rótulos para despistar qualquer rastreamento", explicou Sartori.
Logo após a diária de trabalho, os bandidos espalhavam cal no imóvel para dificultar a possível ação policial. Nos últimos seis meses, eles estocaram milhares de sacos de terra, que quase chegavam ao teto do galpão.
Túnel com cerca de 70 metros é descoberto pela polícia em Campo Grande (Polícia Civil/Divulgação)
"Ali tinha o local em que eles tanto estocavam terra como descansavam, há seis meses. É o mesmo período que eles já vinham sendo investigados aqui no Garras [Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros]. A investigação também apontou que um deles tinha um empresa de construção em Cuiabá e lá ele disse pra mulher vender tudo porque iriam trabalhar na obra de um shopping em Campo Grande, no qual ganhariam muito dinheiro", explicou o delegado.
Única mulher do grupo fazia contabilidade
Já na capital sul-mato-grossense, a única mulher do grupo, que ainda não teve a identidade revelada, soube do que realmente se tratava e passou a fazer serviços de contabilidade para os suspeitos. Além do custo operacional com gasolina, alimentação, o grupo também gastava comprando cal e fazendo investimento em ferramentas e equipamentos de inteligência.
"Pelo que foi apurado não ia ter explosão ali, eles usariam a força com macacos hidráulicos. Eles também tinham aparelhos de rastreamento, como bloqueador de sinal eletromagnético para desligar qualquer sinal de aparelho celular, wifi e ainda retiraram os rótulos das garrafas de água para não serem rastreados. Toda a origem do dinheiro para manter essa estrutura está sendo investigada e suspeitamos que seja de origem ilícita", disse Sartori.
O inquérito foi instaurado como organização criminosa, uso de documento falso e tentativa de roubo. Na sede da delegacia, além dos presos, foi apreendido um caminhão e duas caminhonetes usadas pelos bandidos.
Com informações G1
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