O presidente Jair Bolsonaro respondeu com insinuações sobre o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), ao ser questionado, nesta quinta-feira, 19, sobre a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em endereços do senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ), o "filho 01", e de seus assessores.
Questionado se o MP persegue Flávio, o presidente respondeu: "Vocês sabem o caso do Witzel, foi amplamente divulgado aí, inteligência levantou, já foi gravado conversa entre dois marginais citando meu nome para dizer que eu sou miliciano. Armaram". O presidente não deixou claro sobre qual levantamento de "inteligência" se referia.
As primeiras declarações de Bolsonaro sobre a ação foram feitas em frente ao Palácio do Alvorada. "Pergunta para o advogado", afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre o caso. "Eu respondo por mim", disse, minutos depois.
O presidente afirmou que já foi injustamente acusado de crimes de racismo e ambiental. "Vamos falar do meu caso? Eu respondi por racismo por três anos, vocês todos desceram a pancada em mim. Chegou-se a conclusão que a fita foi editada", disse. O presidente voltou a declarar que não tem relação com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em março de 2018.
"Ainda querem achar que eu estou no caso Marielle, uma quarta-feira, onde 40 minutos depois da ligação do porteiro, que não foi para minha casa, eu estava em Brasília. Não estava lá", afirmou.
Na sequência, Bolsonaro disse que se alguém quisesse matar a vereadora, não estaria no local do crime. "Se alguém tivesse matado Marielle, vamos supor que o 'João' quisesse matar a Marielle no Rio, ele ia estar em Roraima naquele dia para dizer que não estava lá, pô", afirmou.
O presidente disse que se reuniu com Frederick Wassef, advogado de Flávio, horas após a operação. "Ele é meu advogado no caso Adélio", disse.
Operação da PF
O MP do Rio realizou nesta quarta-feira, 18, operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro, seus ex-assessores, entre eles Fabrício Queiroz e parentes da ex-mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle.
As buscas aconteceram em endereços da capital e em Resende, no sul do Estado do Rio. A operação se deu no âmbito da investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando ele era deputado estadual.
À reportagem, o advogado de Flávio, Frederick Wassef, afirmou que uma loja de chocolates do senador foi alvo da operação. "Invadiram a empresa do meu cliente, mas certamente não vão encontrar nada, simplesmente porque não existe nada que o comprometa. Vão pegar documentos, informações do dia a dia de uma empresa de chocolates, nada mais", declarou.
Estadão Conteúdo
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