Ratinho Jr e Moro inauguram Centro Integrado de Operações de Fronteira
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O Paraná ganhou mais um reforço no combate ao tráfico e crime organizado. Foi inaugurado nesta segunda-feira (16), em Foz do Iguaçu, o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF), com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
A unidade é formada por forças nacionais e estaduais, que trabalharão integradas em ações estratégicas. O centro atuará prioritariamente em três frentes: operações ostensivas, auxílio das investigações e combate às facções criminosas. A estrutura física fica no Parque Tecnológico Itaipu.
Os policiais vão trabalhar para conter o tráfico de armas e drogas e em crimes cibernéticos. Também farão monitoramento de movimentações financeiras ilegais, em parceria com a Unidade de Inteligência Financeira (UIF).
O Paraná se destaca como referência nacional em controle, fiscalização e integração das forças de segurança em todas as esferas, uma vez que é sede do CIOF e também do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública da Região Sul (CIISP-Sul) e parte integrante do projeto-piloto Em Frente, Brasil.
“O Centro Integrado vem como uma inovação”, afirmou o governador Ratinho Junior. “É um centro novo, extremamente moderno e que fará um trabalho mais forte na parte operacional das forças de segurança, otimizando todos os tipos de informação. Ele também atuará nas operações de forma conectada com as polícias do Estado, as federais e a Receita Federal”, disse.
Ratinho Junior também destacou que a unidade ajudará todo o País no combate ao crime organizado. “É um projeto inovador. Foz do Iguaçu é a primeira cidade do Brasil a ter essa iniciativa. O Paraná faz fronteira com Argentina e Paraguai, que são países-irmãos, mas a região ainda é uma porta de entrada de ilícitos. O Centro Integrado vai ajudar não só o Paraná, mas todo o Brasil, trazendo uma nova dinâmica para as forças de segurança, para Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e a Polícia Civil”.
MESMO TETO – A ideia do Centro Integrado de Operações de Fronteira, explicou o ministro Sergio Moro, é reunir sob um mesmo teto os representantes de várias agências encarregadas da aplicação da lei. A iniciativa é inspirada em uma experiência norte-americana chamada de Fusion Center, instalada após os ataques de 11 de setembro de 2001.
“Criamos este primeiro no Brasil para que as forças policiais e de inteligência trabalhem juntas. Os bancos de dados de todas essas instituições estarão disponíveis para as investigações, para compartilhar experiências”, complementou o ministro.
Moro destacou que o projeto-piloto contará com a presença de policiais paranaenses, mas que equipes de outros Estados podem atuar no centro. “É como se tivéssemos uma força-tarefa permanente, com o objetivo de prevenir e reprimir crimes de fronteira, contrabando, tráfico de drogas e de armas, financiamento ao terrorismo e também proteção de estruturas críticas do País. Por isso a localização em Itaipu”, explicou Moro.
O Parque Tecnológico Itaipu foi escolhido como sede pela proximidade com a fronteira e pela infraestrutura. De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, imagens de satélite serão usadas no trabalho de identificação das rotas do crime e haverá comunicação integrada entre as forças de segurança.
DESAFIO - O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Joaquim Luna e Silva, também enfatizou que, a partir do centro de integração, será possível tomar decisões com qualidade, em um tempo curto. “Entendemos que o combate ao crime organizado talvez seja um dos maiores desafios do País. Se ele puder ser estancado naquilo que passa pela tríplice fronteira, deixará de chegar aos grandes centros”, disse Luna e Silva.
Unidade reúne instituições de segurança e inteligência
O Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) terá participação de agentes da Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Inteligência (Abin), a Unidade de Inteligência Financeira, o Ministério da Defesa, a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça, o Departamento Penitenciário Nacional, e outros órgãos federais. As polícias civil, militar, científica e rodoviária do Estado também integrarão as equipes.
As investigações serão concentradas nas áreas de fronteira do Paraná e do Mato Grosso do Sul, e com reflexo nos grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e demais capitais.
O CIOF será administrado pela Polícia Federal e as equipes trabalharão 24 horas integradas. No Brasil, o Fusion terá duas premissas: o Comando e Controle de Operações Ostensivas e trabalho de investigação.
O Comando servirá como ferramenta que terá aplicabilidade direta nas operações que já acontecem nas regiões de fronteira, mas que ainda não tinham posicionamento de tropas, acompanhamento online no desenvolvimento das operações, em decorrência das linguagens desintegradas.
UNIFICAÇÃO - “Esse centro de comando e controle trará uma unificação, uma ferramenta de coordenação efetiva, de planejamento”, afirmou Wagner Mesquita, coordenador do grupo de trabalho da implantação do CIOF e coordenador-geral de Combate ao Crime Organizado do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Recursos como imagem de satélite, de estradas federais, praças de pedágio, de leitura de placa em estradas federais e estaduais, todos serão desviados para o centro e disponibilizados para instituições que fazem policiamento ostensivo de fronteira, para que elas possam planejar e executar suas operações com muito mais eficácia”, explicou Mesquita.
Segundo ele, do outro lado de trabalho existe a previsão que oficiais de ligação trabalhem juntos com bancos de dados de dez instituições no aprofundamento de investigações.
“A área de apoio às investigações terá serviços que hoje estão espalhados em diversas instituições do Brasil inteiro, mas que serão unificados aqui”, disse ele.
Suporte para investigação de lavagem de dinheiro, de crimes cibernéticos, rastreio de armas e munições, inserção e consulta do banco de perfis genéticos e papiloscopia. “É uma série de serviços de apoio à investigação que estará disponível para a área. O foco é trabalhar as operações ostensivas, que hoje são feitas sem ferramentas de tecnologia, e aprofundar as investigações do crime organizado e patrulhamento das fronteiras”, acrescentou Mesquita.
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