O combate à sífilis é uma das prioridades da Secretaria de Estado da Saúde. Reduzir a transmissão da doença, ampliar o diagnóstico e o tratamento da sífilis adquirida, congênita e na gestação são as metas até 2022. A orientação foi destaque nesta terça e quarta-feira (10 e 11) durante um encontro em Curitiba com representantes das 22 Regionais de Saúde do Paraná e da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
De acordo com a secretaria, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível e uma questão preocupante para a saúde pública. Tanto a sífilis adquirida, cuja transmissão é predominantemente sexual, como a sífilis na gestação, com a transmissão da mãe para filho, podem ser evitadas com uso de preservativos. A detecção por meio de testes rápidos permite o diagnóstico, que o paciente tome os cuidados para evitar a transmissão e, ainda, o tratamento precoce.
ESTRATÉGIAS - O Paraná lançou neste ano a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita para os municípios que atingirem os indicadores estabelecidos pelo Governo do Estado, e que são baseados em critérios do Ministério da Saúde e organismos internacionais da área. Eles abrangem ações de prevenção à transmissão vertical, que vão desde o acolhimento da mulher na unidade de saúde, passando pela saúde sexual e reprodutiva, até a gestação e o parto, com uma integração entre as políticas de saúde e os serviços.
“Trata-se de uma proposta inédita no País e nosso objetivo é incentivar e aprimorar os processos para a eliminação da sífilis congênita, que ainda é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo” afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
O Paraná foi pioneiro na descentralização de testes rápidos para os municípios e promove o acesso ao tratamento imediato, no momento do diagnóstico, além da oferta de medicamentos para o tratamento. “Capacitamos neste ano mais de 1,5 mil profissionais de saúde na atualização sobre as ISTs”, destaca a chefe da Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Mara Franzoloso.
“Em 2020, vamos incentivar os municípios para a busca da certificação estadual. Assim atingiremos nosso objetivo, que é a redução dos casos de sífilis no recém-nascido, alcançando a eliminação da sífilis congênita em nosso estado”, disse. “Estamos com o quadro profissional capacitado, em uma integração entre a Vigilância e Atenção Primária à Saúde, com o diagnóstico e tratamento disponíveis em toda a rede pública do Estado.
Ela acrescenta que com estas ferramentas e com a conscientização da importância do tratamento adequado da gestante, além de parcerias, será possível certificar vários municípios do Estado no próximo ano.
INCIDÊNCIA- Em 2018, o Paraná registrou 88,8 casos de sífilis adquirida para cada 100 mil habitantes. No Brasil, foram 75,8/100 mil habitantes e, na região Sul, 123,7/100 mil pessoas.
Ainda no ano passado, a sífilis congênita no Estado apresentou uma taxa de 5,6 para cada 1.000 nascidos vivos. No Brasil a taxa foi de 9,0 por 1.000 nascidos vivos e, na região Sul, 8,9/1.000 nascidos vivos.
A taxa de sífilis na gestação foi de 15,5 para cada 1.000 nascidos no Paraná, enquanto que no Brasil e na região Sul as taxas foram de 21,4 e 23, respectivamente.
“É preciso afirmar ainda que boa parte dos casos registrados de sífilis adquirida e de sífilis em gestantes se explica pela melhoria e sensibilidade na detecção da doença, na atenção e cuidado no atendimento pré-natal e no acompanhamento no parto e puerpério na rede de Atenção à Saúde do Paraná”, complementa Mara Franzoloso.
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