Na 55ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que acontece nesta quinta-feira (5) em Bento Gonçalves, no Vale do Vinhedos, Rio Grande do Sul, os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai deverão assinar acordos diplomáticos sobre proteção mútua de indicações geográficas, transporte de produtos perigosos, serviços financeiros, defesa do consumidor e reconhecimento recíproco de assinaturas digitais.
O anúncio foi feito pelo chanceler brasileiro Ernesto Araújo ao término da reunião ordinária, em nível ministerial do Conselho do Mercado Comum (CMC). “Esses acordos são provas que o Mercosul se reencontrou com sua vocação original para uma agenda comercial e melhoria do ambiente de negócio nos nossos países”, opinou.
A cúpula do Vale dos Vinhedos encerra a presidência semestral brasileira no Mercosul. Para Araújo, o bloco hoje “tem tudo a ver com o que estamos fazendo no Brasil, com novo projeto de Brasil. Uma ênfase em reformas modernizantes, aumento da competitividade, e na defesa intransigente de valores democráticos e das liberdades fundamentais sempre com foco em resultados concretos para os cidadãos.”
Os quatro países sócios no Mercosul não conseguiram, no entanto, rever a tarifa externa comum a ser usada em comércio com outros países. Para o chanceler brasileiro, “em seus 25 anos de existência a tarifa externa comum nunca passou por uma revisão integral e seus níveis são relativamente ainda muito altos e podem prejudicar nossa competitividade”. Ele acredita que as discussões avançarão no próximo semestre.
“Temos massa crítica para integrar a revisão da tarifa comum na presidência do Paraguai”, pontuou Ernesto Araújo. “O Mercosul só nos serve se continuar sendo um processo de integração aberta democrática e livre como está sendo hoje”, comentou.
Durante a presidência brasileira, o Mercosul concluiu acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O bloco também manteve negociações com Canadá, Singapura, Líbano e Coreia do Sul para acordo comercial, e teve diálogos com Vietnã e Indonésia e, no plano regional, com Colômbia e a Aliança do Pacífico, conforme resume nota do Ministério das Relações Exteriores.
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