A Justiça Eleitoral do Paraná comemora nesta sexta-feira (29) a conclusão, três anos antes da meta nacional, da revisão biométrica do eleitorado. A marca é resultado de uma década de esforços integrados, que mobilizou diversos presidentes, membros da Corte, juízes eleitorais, promotores, servidores, requisitados, estagiários, contratados, prefeituras, entidades públicas e privadas, imprensa e, em especial, os quase oito milhões de eleitores de todas as cidades paranaenses.
“A partir de agora, nosso cadastro está ainda mais preciso – sabemos que o número de eleitores cadastrados reflete exatamente o número de eleitores existentes no Paraná”, afirmou o presidente do Tribunal, desembargador Gilberto Ferreira, lembrando que, além de garantir a segurança na identificação do eleitor, o cadastro com biometria diminui o número de abstenções nas eleições.
“Gostaria de deixar o nosso agradecimento aos servidores, contratados, estagiários e aos meios de comunicação que contribuíram para que obtivéssemos sucesso na realização da biometria, e, em especial, a cada eleitor que atendeu ao chamado da Justiça Eleitoral e compareceu ao fórum eleitoral do seu município”, disse o vice-presidente e corregedor, desembargador Tito Campos de Paula.
Uma animação acompanha a adesão das cidades à revisão biométrica obrigatória, ao mesmo tempo em que mostra a evolução do número de eleitores revisados no Paraná nos últimos anos. Assista:
Projeto piloto
As últimas cinco zonas eleitorais, que encerram hoje a biometria, são Cruzeiro do Oeste, Ivaiporã, Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Realeza. Quando o último eleitor for atendido nestes locais, a Justiça Eleitoral do Paraná encerrará um ciclo que teve início em 2009, no município de Balsa Nova.
A seguir, em 2011, a revisão biométrica chegou a Curitiba, depois passou pela Região Metropolitana da capital e seguiu para Londrina e Maringá, ganhando todo o Estado ao longo dos anos. Em cada cidade, foram assinados convênios e instituições vieram em socorro dos chefes de cartório que tiveram o desafio de coletar as digitais de toda a população em idade de votar.
Esforço coletivo
Segundo a Coordenadoria de Planejamento Estratégico (COPE), que liderou as operações na sede, a ajuda veio de toda parte. Se fossem só os servidores da Justiça Eleitoral trabalhando, com um orçamento de R$ 4 por eleitor, a missão não seria possível. Foi um enorme esforço coletivo.
A revisão biométrica recebeu o apoio das prefeituras, que cederam, em muitos casos, as estruturas físicas montadas nas centrais de atendimento ao eleitor, como cadeiras e tendas, além da força de trabalho atrás dos guichês. As polícias, militar e federal, emprestaram seus conhecimentos em coleta de digitais. O Exército enviou soldados para auxiliar no atendimento. A imprensa, câmaras municipais e igrejas espalharam as mensagens de convocação dos eleitores.
Logística
Aos servidores da sede, em muitas viagens de carro até as zonas eleitorais, coube a tarefa de distribuir e configurar os cerca de 1300 “kits bio”, computadores, impressoras, guichês e mesas para 156 zonas eleitorais e 39 postos descentralizados, totalizando 195 locais espalhados pelo Paraná.
O Tribunal também, verificou o número de pessoas contratadas que seriam necessárias em cada zona, desenhou os layouts das centrais de atendimento, disponibilizou os pontos de rede e eletricidade necessários e montou toda a parte elétrica e lógica. Entre montagens e desmontagens, foram 260 viagens e 416 mil km rodados.
Uma operação gigantesca, uma das maiores já realizadas pela Justiça Eleitoral.
Zonas em ação
Em algumas zonas eleitorais, apenas dois servidores eram responsáveis por executar, com o suporte da sede, essa verdadeira operação de guerra: convocar os eleitores, promover campanhas na imprensa, dar andamento aos processos, assessorar o juiz, administrar o fórum eleitoral e distribuir e coordenar as atividades dos estagiários e contratados, entre tantas outras incumbências.
Onde não havia meios de comunicação disponíveis, a mensagem da biometria propagou-se por ruas, praças e avenidas em alto-falantes de carros de som – dizem que até um “boi som” foi usado para alcançar os eleitores de uma zona rural. Em outra localidade, a convocação passou nos televisores da vitrine de uma loja!
Por muito tempo, servidores e colaboradores, do interior e da sede, limitaram o tempo com a família e atravessaram sábados, domingos e feriados, manhãs, tardes e noites na busca pelo cumprimento da meta e por eleições com alto nível de segurança. Com o encerramento dos mutirões, a Justiça Eleitoral do Paraná vira uma página importante da sua história. Nas Eleições 2020, todos os eleitores votarão com identificação biométrica. Ganha a democracia.
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