O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ontem para o ex-presidente da Bolívia Evo Morales. Segundo o Instituto Lula, "foi uma ligação de solidariedade e preocupação humanista com Evo", que está exilado no México desde o dia 12, depois de renunciar ao cargo sob pressão dos militares e de manifestações de rua.
Segundo colaboradores próximos ao petista, o ex-presidente tem dito que não entendeu os motivos que levaram Evo a renunciar e teria comparado o caso da Bolívia com o da Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro sofre pressões há anos, mas continua resistindo no cargo.
Em entrevista ontem ao Brasil 247, Lula disse também que Bolívia vivia um raro período de crescimento econômico e estabilidade política. As manifestações se intensificaram depois que a OEA apontou suspeitas de fraude na apuração da eleição presidencial do dia 9. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, na semana passada, Lula disse que Evo errou ao tentar um quarto mandato.
Desde a renúncia, mais de 20 pessoas morreram em confrontos na Bolívia. Na entrevista ao Brasil 247, Lula disse que não pretende ir à posse do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. "Um ex não tem o que fazer lá", avaliou Lula.
O ex-presidente disse ainda que pretende tirar um novo passaporte, pois o seu foi furtado junto com documentos que estavam no carro de um de seus filhos no dia em que foi preso, em abril de 2018. "Não quero mais passaporte diplomático. Quero um passaporte verde igual ao de todo mundo", afirmou. Os passaportes brasileiros hoje são azuis.
Lula revelou que pretende ir a Paris para receber o título de cidadão parisiense conferido pela prefeitura local e, se possível, fazer uma visita ao papa Francisco. "Se até lá eu tiver casado, queria aproveitar para passar uma lua de mel com a Janja", disse Lula, que está noivo da socióloga Rosângela da Silva.
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