Além de sua importância nutricional, o aleitamento materno é um ato de amor. O contato entre a mãe e o bebê fortalece vínculos e auxilia no desenvolvimento dos pequenos. Mas para além de ressaltar a importância da amamentação junto às mães, a campanha em alusão à Semana Mundial do Aleitamento Materno deste ano pretende chamar a atenção para o envolvimento do pai e de familiares no processo.
“A amamentação é uma questão familiar. O ato é executado pela mãe, mas ele será mais amplo, carinhoso e consistente se tiver o apoio e incentivo do pai e de toda a família”, considera o médico pediatra neonatologista, Luiz Renato Valério.
De acordo com ele, diversos fatores podem interferir na amamentação, por isso, o estímulo de familiares às mães é fundamental. Se houver alguma dificuldade no aleitamento, é preciso verificar se a posição do bebê está correta e se a mãe está emocionalmente bem. “O estresse, por exemplo, pode atrapalhar a produção de leite. Assim ter um ambiente acolhedor e tranquilo para amamentar é extremamente importante”, explica o pediatra.
Reforçando o tema “Capacite os pais e permita a amamentação, agora e no futuro!”, o Hospital Pequeno Príncipe elaborou cinco dicas para que o pai participe e apoie a mãe, ajudando-a contornar os obstáculos que possam surgir para que o aleitamento seja um momento de amor e paz.
O homem deve conversar com o médico para se preparar e esclarecer suas dúvidas. Se o pai estiver consciente da importância do aleitamento e das dificuldades que ele pode trazer, estará preparado para dar todo o suporte que a mulher precisa, sem pressioná-la.
O pai também pode colaborar na escolha de um local arejado, calmo, sem muitas interrupções e até intermediando as visitas ao bebê. A mãe deve estar relaxada e conectada com o momento, caso contrário, o bebê pode sentir a tensão e o aleitamento pode ser prejudicado. Estar em um ambiente tranquilo é uma atitude que favorece bastante a amamentação.
A mulher perde muito líquido durante a amamentação e por isso sente muita sede enquanto está amamentando. Nesse caso, o pai também é sempre bem-vindo, nunca deixando a mãe esquecer a garrafa de água quando for dar de mamar ou ainda indo buscar mais água durante a mamada.
A mãe precisa descansar o máximo que puder entre as mamadas. A rotina da amamentação é cansativa e, se ela estiver esgotada física ou emocionalmente, isso pode afetar a produção de leite. Por isso, é importante que a rotina e as tarefas da casa sejam organizadas para não sobrecarregá-la.
Algumas mulheres podem não conseguir amamentar simplesmente porque não produzem leite ou porque podem ser vítimas de doenças infecciosas que podem ser transmitidas aos bebês. Nesses casos, o apoio a mãe também é importante para que elas não se sintam culpadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), se todos os meninos e meninas do mundo fossem amamentados, seria possível salvar a vida de 820 mil crianças de até 5 anos anualmente. Orientações da OMS e do Ministério da Saúde reforçam que a amamentação, em até uma hora após o nascimento, protege o bebê de infecções e reduz a mortalidade infantil. Um levantamento também da OMS, aponta que apenas 38% das crianças são alimentadas exclusivamente com o leite da mãe até os 6 meses. Os dados revelam ainda que apenas 32% delas continuam sendo amamentadas até os 2 anos.
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