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'Brasil está sob grave risco de um 2º golpe com estética militar', diz cientista política

Os resultados das urnas neste domingo mostram a eleição de um Congresso majoritariamente conservador e a queda de figuras conhecidas da ala progressista, como Dilma Rousseff em Minas Gerais. Para a cientista política e professora da Unirio, Clarisse Gurge

Da Redação

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'Brasil está sob grave risco de um 2º golpe com estética militar', diz cientista política
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'Brasil está sob grave risco de um 2º golpe com estética militar', diz cientista política
Escrito por Da Redação
Publicado em 09.10.2018, 09:01:00 Editado em 09.10.2018, 09:16:32
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Os resultados das urnas neste domingo mostram a eleição de um Congresso majoritariamente conservador e a queda de figuras conhecidas da ala progressista, como Dilma Rousseff em Minas Gerais. Para a cientista política e professora da Unirio, Clarisse Gurgel, números mostram um Brasil sob risco de golpe.

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Os números das pesquisas de intenção de voto erraram diversos resultados em várias regiões do país. Exemplos não faltaram: em Minas Gerais, Dilma ficou fora do Senado registrando 15,17% com 97% das urnas apuradas. Ela liderava a disputa, mas foi ultrapassada pelo líder Rodrigo Pacheco (20,6%) e Carlos Viana (20,29%), ambos com perfil conservador. Fernando Pimentel (PT), que tentava a reeleição em Minas, também está fora do 2º turno que surpreendentemente contará com Romeu Zema do Novo, registrando uma diferença de 21 pontos em relação às pesquisas e chegando a 43,05%. Antônio Anastasia vem logo atrás, com 29,04%. 

Eduardo Suplicy mais uma vez ficou de fora do Senado em São Paulo, nas eleições vencidas por Major Olímpio (25,81%) e Mara Gabrilli (18,60%). Já no Rio, o ex-juiz federal Wilson Witzel despontou isolado na disputa pelo governo do estado, com 41,25%. Eduardo Paes, o então favorito, registrou 19,31%.

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Tantos números confirmam uma forte guinada à direita em todos os âmbitos de poder no país.

"O eleitorado brasileiro demonstrou que o referencial dele é um imaginário carente de acúmulo político, pegando carona em um discurso de mudança que se solidifica com o vocabulário de Jair Bolsonaro. Isso pode parecer positivo do ponto de vista de mudança, mas denuncia a opção por candidatos que incorporam o perfil mais caricato possível. Mostra uma população com orientação conservadora, mas um conservadorismo muito mais moral que econômico", analisa.

Para a cientista política, os números denotam que o brasileiro optou por algo que ela analisa faltar em Dilma ou Temer: carisma. "Esse eleitor foi ganho por figuras esdrúxulas".

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Risco de golpe?

Diante dos números, Clarisse é categórica: ainda que vença Bolsonaro no segundo turno, Fernando Haddad só assumirá a presidência por meio "de um acordo com o capital e impondo uma pauta neoliberal e conservadora".

"Pra mim, o Brasil está sob grave risco de um segundo golpe, desta vez não por articulação parlamentar, mas por meio de uma ação com estética militar à semelhança de 1964. O país que emerge hoje pelo voto é muito semelhante ao 18 de Brumário de Luís Bonaparte mencionado por Karl Marx: próximo de ser governado por uma figura caricata e sem conteúdo político", afirma.

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Com o prospecto do segundo turno, a professora acredita que Haddad dificilmente conseguiria garantir uma agenda progressista. "O que nos restará vai ser manter a articulação, garantir o direito de reunião, de livre pensamento e seguir na luta", completa.

fonte- sputnik

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