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A candidata diz que pretende desenvolver um governo com seu gabinete de portas abertas e de diálogo com toda a sociedade paranaense, a fim de encontrar soluções para os problemas do Estado. Sua intenção é fazer um planejamento de longo prazo, com visão de futuro, sem se descuidar do presente.
TRIBUNA DO NORTE - A sra. já foi deputada estadual, federal, vice-governadora e agora está no cargo de governadora. Por que busca sua reeleição ao governo?CIDA BORGHETTI - Aprendi a gostar da política desde muito nova, com meus pais, e tenho orgulho da minha trajetória. Me elegi pela primeira vez em 2003 e como deputada estadual fui recordista de aprovação de projetos de lei. Como deputada federal, tive a honra de ser relatora do projeto de lei da primeira infância. É uma das legislações mais avançadas do mundo sobre este tema. Um marco legal que escrevemos para o Brasil, mas que serve de modelo para vários países. No Governo do Paraná conseguimos muitos avanços. O Estado hoje tem a menor taxa de mortalidade infantil da história. Os índices de criminalidade caíram a patamares de 2007. O nosso saldo de empregos está entre os melhores do País. Em cinco meses, liberei R$ 5 bilhões para obras de infraestrutura, atendendo os 399 municípios do Paraná. Criei a divisão de combate à corrupção, com total autonomia de ação. Os policiais podem investigar qualquer membro do governo. Sou ficha limpa, nunca decepcionei meus pais e não decepcionarei meus eleitores. Meu pai dizia: não fique reclamando, vá lá e faça melhor. É isso que me anima a disputar cargos públicos. Somado a isso, eu gosto de cuidar das pessoas.
TN - Caso reeleita, que modelo de governo pretende implantar no Estado?CIDA BORGHETTI - Desde que assumi o governo, meu gabinete fica de portas abertas. Não olho para o relógio, mas para as metas que precisam ser cumpridas. E é com diálogo que acredito ser possível achar soluções para melhorar o Estado e a vida das pessoas. Farei um governo ouvindo os paranaenses. Uma das primeiras medidas é elaborar, em conjunto com a sociedade, um planejamento estratégico para os próximos 35 anos com o apoio da sociedade civil organizada. Vamos instituir uma visão de futuro, sem descuidar do que precisa ser realizado agora. Esta experiência foi feita em Maringá, que hoje está entre as melhores cidades para se viver no Brasil. Já demonstrei o meu jeito de governar. Tenho experiência, conheço a capacidade da máquina pública e sei o que fazer e como fazer. Sou firme e forte, e assim será a minha gestão.TN - Como vice-governadora a sra. assumiu o governo em substituição a Beto Richa. Como avalia a situação do Paraná hoje do ponto de vista da gestão pública?CIDA BORGHETTI - O Paraná está entre os três estados mais eficientes do Brasil. Isso não sou eu quem diz. É uma avaliação técnica, publicada recentemente pela Folha de S. Paulo. As contas estão equilibradas com investimentos em todas as regiões. Faremos uma gestão responsável, porque o governo tem que cuidar dos 11 milhões de paranaenses. Quero devolver para a sociedade, com investimentos e serviços, aquilo que ela paga em impostos. Nos últimos anos, reduzimos as despesas da máquina em 7,5%. Vamos avançar. Cortar aquilo que não é essencial e investir naquilo que leva melhorias de vida para as pessoas.
TN - Quais as principais propostas do seu plano de governo para um novo mandato?CIDA BORGHETTI - Não faço promessas. Assumo compromissos. Meus compromissos são com a modernização da infraestrutura, seja nas cidades, nas estradas ou no campo, com uma saúde de qualidade perto de onde as pessoas vivem, com reforço no sistema de segurança pública, com inovações na educação, e com a geração de empregos e de oportunidades para os paranaenses. Na saúde, vamos seguir com o processo de regionalização e descentralização dos serviços que já estamos fazendo. Concluir e equipar o hospital de Ivaiporã. Vamos levar exames, consultas e diagnósticos mais perto das pessoas com o Corujão e o Carretas da Saúde. Na segurança, vamos ampliar a vigilância e a prevenção, investir em qualificação e novos equipamentos e tecnologia.Na educação, vamos usar a tecnologia da informação para estimular os alunos e conectá-los com o mundo de hoje e de amanhã. Também seguiremos investindo em obras nos municípios. Temos R$ 3,5 bilhões sendo aplicados na malha rodoviária e continuaremos investindo na modernização do porto de Paranaguá. Além disso, vamos tirar do papel uma ferrovia ligando o litoral ao Mato Grosso do Sul.
TN - A sra. tem um projeto especial para o desenvolvimento econômico e social do Paraná?CIDA BORGHETTI - A melhoria da economia tem reflexos diretos nos índices sociais. Meu objetivo é abrir 300 mil novos empregos no Estado. Acredito que isso é possível e o Estado será protagonista. Vamos estimular as vocações regionais, dar suporte às cooperativas e estimular a instalação de agroindústrias em regiões com baixo IDH. Onde a Agricultura é forte, a economia gera empregos e renda. Além disso, os R$ 5 bilhões em novas obras públicas que já autorizei estão abrindo milhares de oportunidades de trabalho. Vamos manter este ritmo de investimentos públicos e apoiar o empreendedorismo para gerar novos negócios e postos de trabalho. Reativei o Conselho do Desenvolvimento Econômico do Paraná para unir o poder público e a iniciativa privada na discussão de ações para o crescimento estadual. Uma das minhas metas é a elevação da renda média do paranaense com a atração de indústrias de ponta, como do setor aéreo, de tecnologia da informação e da área química. Não vamos descuidar do agronegócio, que é o motor da nossa economia, com resultados que se refletem nos demais setores.
TN - A questão salarial do funcionalismo público estadual gerou muita polêmica no governo Beto Richa, principalmente por causa do congelamento de reajustes. Como pretende tratar esta questão no seu governo?CIDA BORGHETTI - Tem que tratar com a responsabilidade que o assunto merece. Recebi o orçamento prevendo zero de reajuste para 2018 e 2019. Propus o descongelamento da data-base e retirei a trava da reposição no ano que vem. O índice possível agora seria de 1%. Mais do que o valor em si, foi uma demonstração clara do nosso esforço em resolver esta situação. Infelizmente a proposta foi alterada no Legislativo, por uma ação eleitoreira. Retirei o projeto e voltaremos a discutir o assunto após o período eleitoral, para que o tema não fique apenas no campo político. Tenho responsabilidade, não posso permitir que o Paraná fique numa situação como as o Rio de Janeiro ou do Rio Grande do Sul, que não conseguem nem honrar os salários dos servidores.
TN - Como pretende tratar a questão de avanços e reajustes salariais especialmente com os professores?CIDA BORGHETTI - Tenho certeza de que com diálogo vamos encontrar uma solução, mas sempre respeitando a legislação e os limites que ela impõe aos gastos do Estado com pessoal. Em relação ao magistério, estamos pagando promoções e progressões, reajustamos o salário de 6,5 mil merendeiras e o vale-transporte de 15 mil servidores. Também autorizei o pagamento de uma ação trabalhista de quase três décadas.
TN - Os contratos de pedágio no Paraná terminam em 2021. Há muita reclamação dos usuários quanto as tarifas cobradas e quanto a muitos trechos de rodovias que deveriam ser duplicados, mas não foram? Como pretende conduzir o processo de licitação de um novo pedágio?CIDA BORGHETTI - Concordo que as tarifas são caras. Este é um modelo insustentável e já posicionei as concessionárias do fim dos contratos. Fiz isso com três anos de antecedência para que tudo que falta fazer fique pronto até 2021. Até lá, vamos elaborar com a sociedade um novo modelo de concessões. Já promovi audiências públicas em todas as regiões, para ouvir sugestões e demandas de obras da sociedade. Vamos propor o modelo que os paranaenses quiserem, porque as concessões precisam ser aliadas do desenvolvimento do Paraná e não um obstáculo. Defendo uma redução de 50% nas atuais tarifas.
TN - Por que a sra. decidiu pedir o afastamento do ex-governador e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) da sua coligação após a prisão dele? CIDA BORGHETTI - Solicitei aos partidos da Coligação a retirada da candidatura do ex-governador Beto Richa ao Senado para que ele possa se dedicar à sua defesa. O pedido foi aprovado por maioria. Reforço que não aceito, não admito, não compactuo com nenhum ato de desvio de conduta. Quando assumi o Governo do Estado, um dos meus primeiros atos foi a criação da Divisão de Combate à Corrupção. Lembro ainda que o ex-governador já vinha fazendo uma campanha solo, e que diversas lideranças do PSDB, como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ademar Traiano, que é o vice-presidente do PSDB, e o ex-chefe da Casa Civil, deputado federal Valdir Rossoni, estão apoiando abertamente o candidato Ratinho Jr (PSD).
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