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Baixos preços do boi gordo desestimulam pecuaristas

O boi gordo deixou de ser um bom negócio na região. A  queda nos preços vem ocorrendo nos últimos três anos e desestimula pecuaristas. Na última semana,  a cotação da arroba na região de Ivaiporã a R$ 138 e não há expectativa de mudança a curto prazo. No

Da Redação

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Baixos preços do boi gordo desestimulam pecuaristas
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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.08.2018, 07:38:00 Editado em 08.08.2018, 07:42:41
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O boi gordo deixou de ser um bom negócio na região. A  queda nos preços vem ocorrendo nos últimos três anos e desestimula pecuaristas. Na última semana,  a cotação da arroba na região de Ivaiporã a R$ 138 e não há expectativa de mudança a curto prazo. 

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No comparativo entre junho de 2015, o preço da arroba sofreu uma redução de 4,5%. No mesmo período, a cotação da saca da  soja avançou de R$ 57,01 para R$ 75,68, um aumento 32,74%. Já o milho, outro insumo importante na alimentação animal,  subiu de R$ 17,41 para R$ 29,69 a saca, ou seja, 70,53%. 

Conforme o agropecuarista de Ivaiporã, Reginaldo Kczan, atualmente para permanecer na atividade o produtor precisa ser artista. “Há anos o mercado vem nesse patamar de R$ 140. Nossa margem estreitou demais sem ter uma reação. Nossos custos subiram, insumos mais que dobraram de preço e os salários e encargos também. Tem que se virar senão não consegue fechar a conta”, comenta. 

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Ainda segundo Kcan, ele só consegue sobreviver na atividade porque concilia a pecuária com a agricultura. “A gente vai insistindo, equilibrando custo daqui, economizando dali. Plantando um pouco de cultura de inverno (aveia) para o gado ter um custo menor e vai levando desse jeito”, analisa.

Outro fator importante, para ele é o giro rápido dos animais. Kczan tem um confinamento com 80 animais o ano inteiro. “Aqui toda semana sai boi. Com a margem pouca você tem que ter um giro grande. Tem mês que fica no vermelho, outro mês dá um lucrinho, e na média do ano a gente vai levando”, enfatiza Kczan. 

Segundo Kczan, ele só permanece na atividade por conta da topografia de sua propriedade, que não possibilita a mecanização. “Independente dela estar dando pouca margem ou nenhuma, com a terra quebrada não tem o que se fazer, tem que ser a pecuária. Se desse, para mecanizar todas minhas terras, não mexia mais com a pecuária”, afirma. 

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Para analistas, o mercado de boi gordo não deve ter mudança significativa no curto prazo. É o que afirma o engenheiro agrônomo da regional do Departamento de Economia Rural (Deral) de Ivaiporã, Sérgio Carlos Empinotti. 

Segundo ele, o futuro é incerto principalmente por conta da crise financeira no país. “Com o desemprego e salários menores do trabalhador, o consumo tem ficado cada vez menor. Com isso, as famílias estão trocando a carne de boi, por uma alimentação de custo menor”, relata. 

Além de todas essas variáveis, nos últimos meses na região, o preço do boi também vem sendo reduzido por conta da estiagem. “Temos visto por aí, pastos totalmente secos, e o pessoal está tirando o gado do pasto. São poucos os que podem ter o privilégio de manter os animais, e com mercado mais demandante, menor o preço pago ao produtor”, completa Empinotti.

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