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Índia tem onda de linchamentos causados por fake news

A liberalização econômica da Índia nos anos 90 não foi suficiente para cobrir o rombo social no país, que ainda conta com 25% da população sendo analfabeta. E o fato de o país ser um dos centros de comercialização da tecnologia de informação acabou causan

Da Redação

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Publicado em 17.07.2018, 13:37:00 Editado em 17.07.2018, 13:40:54
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A liberalização econômica da Índia nos anos 90 não foi suficiente para cobrir o rombo social no país, que ainda conta com 25% da população sendo analfabeta. E o fato de o país ser um dos centros de comercialização da tecnologia de informação acabou causando uma situação contraditória.

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O caráter tribal e religioso de boa parte da população, em contato com o elevado acesso de usuários a tecnologias de redes sociais na Índia, tem causado uma série de mortes por linchamentos, decorrentes de fake news disseminadas em plataformas como WhatsApp e Facebook. Nos últimos dois meses, cerca de 20 pessoas morreram por causa de linchamentos, acusadas de serem fontes de notícias fantasiosas.

Duas vítimas recentes foram o músico Nilotpal Das, 29, e seu amigo e empresário, Abhijeet Nath, 30. Eles foram confundidos com sequestradores na cidade de Guwahati. O que causou a fúria foram rumores sobre sequestros na região. As vítimas foram arbitrariamente apontadas como sendo responsáveis pelos crimes. Enquanto estacionavam em uma região bucólica, contemplando o rio e uma cachoeira, observando peixes, foram atacados por uma multidão armada com facões, pedras e bambus. Pelos smarthfones, as vítimas chegaram a pedir socorro, antes de morrerem.

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Linchadores falaram com noiva de vítima

Airin Gogoi, irmã da noiva de Abhijeet Nath, contou ao jornal The Hindu que a irmã, chamada Bhontie, recebeu um telefonema dos linchadores, perguntando de onde era a vítima. Ao pedir que passasse o celular ao noivo, Bhontie ouviu uma resposta dura:

"Você não pode pegar seu homem, nós o matamos. Ele não pode voltar para Guwahati, leia sobre sua morte no jornal amanhã." A empresa WhatsApp, segundo a AFP, declarou estar horrorizada com essa onda de violência e publicou anúncio de página inteira nos principais jornais do país, apresentando dicas para que o público saiba diferenciar as notícias falsas das verdadeiras. A agência Reuters destacou que foi a primeira iniciativa da empresa neste sentido, para lidar com essa onda de violência. A Índia é o país com maior número de usuários do WhatsApp, chegando a 200 milhões deles.

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Histórico de linchamentos

O problema, no entanto, ainda requer soluções mais profundas, relacionadas a políticas públicas, já que o linchamento é uma prática comum na Índia, que não atinge apenas usuários de redes sociais. Fiéis muçulmanos, por exemplo, foram vítimas de linchamentos há alguns meses, por consumirem carne de vaca, um animal considerado sagrado na religião hindu.

Críticos do governo acusam o primeiro-ministro Narendra Modi de se abster em combater esses atos brutais, tentando subjugar uma minoria no país. Em relação às mortes por boatos nas redes sociais, autoridades também foram acusadas de terem implementado ações limitadas para conscientizar a população a respeito das fake news, preferindo responsabilizar o WhatsApp por permitir que essas mentiras sejam disseminadas.

fonte R7.com

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