Mesmo após o fim da greve dos caminhoneiros, várias mensagens afirmando sobre uma nova paralisação que ocorreria na última segunda-feira (4) incitaram o caos em muitas regiões do País. Muitas pessoas acabaram acreditando piamente nas notícias falsas, popularmente chamadas de 'fake news', e compartilharam com todos os contatos. O resultado: tumulto em supermercados e filas nos postos de combustíveis no fim de semana.
Na segunda-feira (4), a população percebeu que a informação não passava de mentira, pois a greve não foi retomada e tudo voltou a normalidade. Contudo, o ocorrido serviu pra mostrar a força que as notícias falsas têm no meio digital.
Com tanta informação disseminada na internet, é preciso tomar certos cuidados antes de compartilhar. Primeiro passo é desconfiar de todos os conteúdos que chegam por meio do WhatsApp e outras redes sociais. Pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), aponta que os grupos de famílias são os maiores difusores de notícias falsas.
O estudo também descobriu que o 'Whats' é visto como uma das redes mais propícias para a difusão de notícias falsas. Além do aplicativo de mensagens, existem muitos sites de notícias e, neste caso, é preciso que o usuário verifique se a fonte é confiável. Checar e apurar é fundamental para não compartilhar mentiras.
Fake news gerou insegurança
Em relação a greve dos caminhoneiros, as notícias falsas criaram uma atmosfera de medo e insegurança na população. Para combater este tipo de situação, é necessário que as pessoas exercitem mais o senso crítico antes de acreditar em qualquer informação recebida nas redes sociais ou lida em portais na internet.
Na opinião de especialistas, as 'fake news' não são novidade no mundo, mas ganharam mais força ao serem divulgadas nas mídias digitais. Portanto, cuidado antes de compartilhar informações não confiáveis.
Diante dos prejuízos causados pelas 'fake news', legisladores decidiram combater a prática nas eleições deste ano no Brasil. Na terça-feira (5), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, e representantes de dez partidos assinaram um compromisso contra a divulgação de notícias falsas (fake news) durante as eleições de outubro. O documento foi assinado pelo DEM, PCdoB, PSDB, PDT, PRB, PSC, PSD, PSL, PSOL e Rede.
De acordo com o documento, os partidos se "comprometem a manter o ambiente de higidez informacional, de sorte a reprovar qualquer prática ou expediente referente à utilização de conteúdo faslo no próximo pleito, atuando como agente colaboradores contra a disseminação de fake news nas eleições 2018".
Os 35 partidos existentes foram convidados para o evento e, de acordo com o presidente do TSE, os 25 que ainda não assinaram o documento, poderão fazê-lo até o dia 21 de junho, quando o tribunal realizará um seminário para discutir o combate à divulgação de notícias falsas.
De acordo com Fux, o acordo tem efeitos simbólicos. “O objetivo maior foi exatamente trazer os partidos para a nossa companhia, no sentido de que nós possamos presidir uma eleição limpa, uma eleição ética, uma eleição da qual o povo brasileiro possa se vangloriar e possa dizer que, efetivamente, o Brasil tem uma democracia exemplar", disse.
(Por Sidney da Kairos com Agência Brasil)
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