O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o grupo Tático Integrado de Grupos de Repressões Especiais (Tigre) da Polícia Civil realizaram a reconstituição do sequestro de um empresário de Curitiba, nesta segunda-feira (5), para apurar a participação de uma das envolvidas no crime. Dentre os suspeitos está Karina Reis, ex-miss Pinhais, apontada como mentora do sequestro.
O alvo da ação, que aconteceu em uma casa de São José dos Pinhais, foi a mãe do policial militar Janerson Gregório da Silva. De acordo com o delegado Cristiano Quintas, o principal trabalho realizado nesta reconstituição foi a medição de som do local.
(Reconstituição foi realizada na manhã desta segunda (Reprodução RPC TV)
“Como o cativeiro ficava no porta-malas do automóvel Gol, a gente foi verificar a possibilidade de a mãe do Janerson ter ciência e participação no crime. O objetivo hoje foi o de fazer a medição de decibéis para apurar o envolvimento”, explicou.
Na ocasião do crime, a mãe de Janerson também foi detida em flagrante. Para a polícia, já há indícios suficientes da participação dela, tanto que o MP-PR realizou denúncia criminal. Ela, porém, responde em liberdade.
Para o assistente de acusação no processo, Marluz Dalledone, a reconstituição comprovou que todas as pessoas que estavam dentro da casa tinham ciência do que estava acontecendo no momento do crime.
“O Janerson é réu confesso e, em uma tese esquizofrênica, tenta livrar a mãe e noiva à época dos fatos. Hoje a perita fez o levantamento de ruídos e ficou amplamente comprovado que as pessoas que estavam dentro daquela casa ouviram os pedidos de socorro da vítima. A garagem fica dentro da casa e bem do lado do quarto em a mãe do Janerson estava”, garantiu.
A namorada de Janerson, Karina Reis, é outra investigada pelo crime. Ex-miss Pinhais, ela é apontada pela Polícia Civil como mentora do sequestro, já que tinha informações privilegiadas do tempo em que trabalhou com a vítima.
O laudo da reconstituição deve ser entregue à polícia e ao MP-PR nos próximos dias.
O crime
Conforme informado pela polícia, Karina foi funcionária do empresário e teria ajudado a articular o sequestro. Todas as informações que ela tinha sobre a rotina da vítima foram usadas para planejar o crime, assim como informações que o próprio empresário divulgava em sua página no Facebook.
A vítima relatou que os sequestradores forjaram uma reunião de trabalho, em 29 de agosto de 2017. O grupo rendeu o empresário com uma arma e o levaram até a casa do PM, que foi usada como cativeiro.
Os sequestradores exigiram R$ 200 mil à família e os parentes procuraram o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil.
A prisão, de acordo com a PM, foi realizada durante uma investigação da Polícia Civil, enquanto o veículo do empresário era vigiado.
O policial militar foi preso no momento em que pegava o carro da vítima, estacionado em uma rua. Mãe e filha foram presas na sequência.
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