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Terceiro dia de Fuvest tem matemática difícil e temas atuais em geografia

PAULO GOMES E FERNANDA PEREIRA NEVES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O terceiro e último dia da 2ª fase da Fuvest foi marcado por uma prova de matemática difícil e questões bem trabalhadas, que exigiram capacidade de interpretação dos candidatos. Em um balan

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.01.2018, 22:20:00 Editado em 09.01.2018, 22:20:06
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PAULO GOMES E FERNANDA PEREIRA NEVES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O terceiro e último dia da 2ª fase da Fuvest foi marcado por uma prova de matemática difícil e questões bem trabalhadas, que exigiram capacidade de interpretação dos candidatos. Em um balanço geral da segunda fase deste ano, porém, professores de cursos preparatórios apontam a falta de interdisciplinaridade no segundo dia de provas como um ponto negativo, na contramão do que o vestibular vinha propondo nos últimos anos.

A boa notícia em termos de proposta veio no primeiro dia, com a redação, que tratou dos limites de expressões artísticas . Se antes levantava discussões filosóficas, de caráter mais abstrato, desta vez o tema teve base em tema atual, com o gancho de recentes polêmicas.

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Não foi, no entanto, uma proposta enviesada, segundo Fernando Rodrigues, professor de história no Cursinho da Poli. "A prova se aproxima do debate social, mas não com um enviesamento e sim com a cobrança de o candidato estar a par do que está acontecendo."

Célio Tasinafo, coordenador pedagógico da Oficina do Estudante, afirma que essa mudança foi "muito positiva". Ainda mais porque, conforme Tasinafo, a proposta foi muito bem feita, bem estruturada. "Dava margem para você ir por um caminho ou por outro", diz, negando haver imposição ideológica.

EXATAS DERAM TRABALHO

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As provas do terceiro dia eram customizadas por carreira, com três matérias para cada carreira e 12 questões discursivas, 4 de cada matéria.

A prova de matemática foi, segundo os representantes de cursinhos, a mais complicada desta terça-feira (9). "Caíram temas como função inversa, que não é algo usual no ensino médio", diz Daniel Perry, coordenador do Anglo Vestibulares.

"Para o candidato de direito complicou", diz Tasinafo, lembrando que os candidatos ao cursos de humanas tinham a matemática na prova.

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Física também foi uma prova trabalhosa, com questões longas, cheias de itens e que exigiam boa capacidade interpretativa e redacional do candidato. "Deixou a prova cansativa", afirma Vinicius de Carvalho Haidar, coordenador do Poliedro. "Não estava muito difícil, mas eram textos elaborados", diz.

A coordenadora do Objetivo, Vera Lucia da Costa Antunes, diz que disciplinas de química e biologia deram menos trabalho aos alunos. "Química foi uma prova longa, aberta, mas pediu o domínio de conceitos -menos difícil do que matemática e física", diz ela.

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"Biologia trouxe questões claras e simples, bem elaboradas. O aluno não teve dificuldade." A curiosidade na prova de Biologia é que as questões mais difíceis da disciplina, sobre fisiologia animal e genética, não caíram na prova destinada aos candidatos de medicina (nos campi de Pinheiros, Ribeirão Preto e o estreante Bauru). "São temas importantes para os futuros médicos", diz Daniel Perry, do Anglo. As perguntas foram aplicadas para quem prestou biologia e outros cursos correlatos mais específicos.

GEOGRAFIA COM ATUALIDADES

A prova de geografia exigiu um aluno que estivesse acompanhando os temas do noticiário. Houve uma questão sobre a Coreia do Norte, com uma foto de satélite à noite que mostrava países do entorno como Japão e Coreia do Sul com alta luminosidade elétrica, enquanto o país socialista aparece "apagado", o que provocou o aluno a refletir sobre as formas de governo e economia.

Além da Coreia, foi tratado o impacto de grandes eventos esportivos em um grande cenário urbano, como os Jogos Olímpicos do Rio e suas relações estatais e empresariais.

A prova de história também teve contextos de debate popular, como a migração nordestina, com exigência de bagagem cultural -o candidato tinha que apontar livro e filme em que o tema permeasse a obra–, imperialismo e despotismo esclarecido.

A questão mais difícil, diz Fernando Rodrigues, foi porém sobre a distribuição indígena na América do século 15. O estudante deveria apontar diferenças políticas entre as principais civilizações pré-colombianas, como os astecas e maias mexicanos e os incas andinos. "Talvez sinalize uma preocupação da Fuvest com a história da América", diz Daniel Perry.

Na avaliação da segunda fase como um todo, Marcelo Dias, coordenador do cursinho Etapa, afirma que os três dias foram bastante distintos. O primeiro, que teve redação e português, ele diz ter sido uma prova "clássica", dentro do esperado para a Fuvest. O segundo fugiu da tendência de anos anteriores de uso da interdisciplinaridade, enquanto o terceiro teve um nível de dificuldade maior. "Uma prova de bastante qualidade, com questões elaboradas, bem feitas", conclui.

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