A Polícia Civil descobriu que estava investigando uma falsa denúncia de estupro, que teria ocorrido na Universidade Positivo de Curitiba. No inquérito consta que a suposta vítima, uma estudante de 19 anos, inventou o crime "por questões pessoais e financeiras". O caso teve grande repercussão e mobilizou equipes policiais e colegas da instituição de ensino.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, os indícios de que havia algo errado começaram a surgir no decorrer da investigação. A denúncia foi registrada em abril do ano passado. Na ocasião, a jovem afirmou que tinha recebido mensagens de texto pedindo que fosse assistir a uma palestra na instituição. Quando chegou ao local, teria sido abordada por dois homens que a levaram para uma região de mato, onde teria ocorrido estupro. Duas semanas depois, a estudante fez o exame de corpo delito, e a demora para fazer a denuncia também foi um fato que chamou a atenção.
Durante a investigação, a polícia apreendeu o celular da universitária e constatou que a tal mensagem de texto nunca existiu. Além disso, a delegada contou que a jovem chegou a ser levada ao suposto local do crime, para uma reconstituição, mas os relatos dela eram inconsistentes e conflitantes.
(Polícia chegou a divulgar os retratos falados dos suspeitos na época do crime. Foto: Reprodução)
“Inicialmente, ela nos apontou o local em que o crime teria acontecido, mas começaram a surgir contradições, como por exemplo uma suposta mensagem de texto que a atraiu para o local do estupro, que sequer existiu. Não havia provas e, a cada depoimento, isto ficou mais claro”, descreveu a delegada Eliete Aparecida Kovalhuk, ao site Banda B.
De acordo com a delegada, a estudante entrou em contradição e acabou confessando que inventou o estupro. “Ela tentou manter a mentira, porém as investigações fizeram com que ela confirmasse que nada aconteceu. A jovem inventou que teria sido abordada por dois homens e levada até um local abandonado, inclusive nos levando a fazer um retrato falado dos suspeitos”, contou a delegada.
A suposta vítima chegou a descrever as características físicas dos estupradores e a Polícia Civil divulgou os retratos falados. “Diretamente, não houve dano. Um dos retratos ela disse que inventou de um filme e o outro seria de um homem que a teria ameaçado, porém nada acabou confirmado”, disse a delegada.
A denúncia de estupro mobilizou os estudantes da universidade que chegaram a fazer passeatas na época do crime, pedindo mais segurança.
“Ela alegou motivos pessoais e também uma questão financeira de fundo, por não ter condição de pagar a universidade e querer parar de estudar. Nós presumimos que a família não tinha mais condições de pagar o curso e ela mentiu para abandonar os estudos”, disse a delegada.
Em depoimento, a estudante disse que não esperava tamanha repercussão e comoção em torno do caso.
(Com informações do site Banda B)
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