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Corpo de Carlos Heitor Cony é cremado em cerimônia íntima

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Foi cremado nesta terça (9) o corpo do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, em cerimônia íntima no Memorial do Carmo, zona portuária do Rio de Janeiro, conforme desejo do imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras). El

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.01.2018, 13:30:00 Editado em 09.01.2018, 13:30:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Foi cremado nesta terça (9) o corpo do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, em cerimônia íntima no Memorial do Carmo, zona portuária do Rio de Janeiro, conforme desejo do imortal da ABL (Academia Brasileira de Letras). Ele estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, e morreu na sexta-feira (5) de falência múltipla de órgãos. As informações são da Agência Brasil.

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O presidente da ABL, Marco Lucchesi, determinou o cumprimento de luto de três dias, com a bandeira da Academia hasteada a meio mastro, permanecendo assim até o fim desta terça (9). Para Lucchesi, a perda de um grande escritor, com décadas de “atividade criadora muito intensa”, só pode ser consolada pela obra deixada. “Essa ausência nos fere a todos na esfera pública e, claro, na esfera privada, da família e dos acadêmicos, com os quais nós acadêmicos, com ele convivemos. Mas a única consolação de um escritor que parte é a obra. Uma obra poderosa, de grande intensidade, que capturou não só os especialistas da literatura, mas captou o sentimento popular. Alguns livros, como Quase Memória, que se incorporaram ao cânone da literatura brasileira do século XX até hoje. Então a única consolação nesse processo é revisitá-lo, é revisitar o seu universo em celulose, é voltas às páginas, e aí nos abraçamos e nos reencontramos”.

Lucchesi lembrou que Cony teve uma vida plena, com muitas realizações em diversas áreas. O escritor se manteve ativo por toda a vida. Nos últimos anos, Cony seguia colunista da Folha de S.Paulo e da rádio CBN. “Um homem de múltiplos talentos, um homem de grandes aventuras, irreverente sempre, como uma espécie de antídoto para não se deixar muitas vezes levar, não se deixar aprisionar por essa ou aquela situação. Então, [Cony teve] realmente uma vida plena, vivida com grande intensidade, com o sentimento poético do mundo e com um gosto muito forte de viver. É o que nos consola também do ponto de vista humano”.

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Mesmo Cony tendo deixado o desejo de não ser velado no Petit Trianon da ABL nem receber homenagens fúnebres, Lucchesi explica que há uma liturgia a ser cumprida pela Academia por ocasião da morte de um imortal, que será cumprida no dia primeiro de março. “A ABL tem uma liturgia, que começa baixando a bandeira da ABL, no caso as bandeiras estadual e nacional baixamos também. E temos a sessão da saudade, que é um fato consagrado na ABL, é uma sessão muito bonita, fechada, catártica. É sempre muito bonita, muito emocionada, em que cada um dos acadêmicos dá a sua contribuição, o seu olhar, o seu testemunho, então isso é parte. No entanto, não houve a exposição do corpo no Petit Trianon e, deixo muito claro, a relação do Cony com a Academia, com os acadêmicos e com o presidente, mais do que com o presidente, o amigo Marcos Lucchesi, sempre se deram em ótimas condições. Então, estamos muito feridos, muito tristes”, disse Lucchesi.

Cony foi eleito em 23 de março de 2000 como quinto ocupante da Cadeira nº 3 da ABL, sucedendo Herberto Sales. Ele foi redator da Rádio Jornal do Brasil e colaborador do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, onde publicou contos, ensaios e traduções. Também trabalhou no Correio da Manhã, na revista Manchete e na Teledramaturgia da Rede Manchete. Desde a década de 90 escreveu colunas diárias para a Folha de S.Paulo e foi comentarista da rádio CBN.

Ao longo da carreira, Cony recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Manuel Antônio de Almeida, com os romances A Verdade de Cada Dia, em 1957, e Tijolo de Segurança, em 1958; Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra, em 1996; Prêmio Jabuti de 1996, da Câmara Brasileira do Livro, pelo romance Quase Memória; Prêmio Jabuti de 1997, pelo romance A Casa do Poeta Trágico; Prêmio Jabuti 2000, com o Romance sem Palavras; Quase Memória e A Casa do Poeta Trágico também foram considerados Livro do Ano pela Câmara Brasileira do Livro.

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