SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chanceler alemã, Angela Merkel, e seus aliados chegaram aos primeiros acordos com o SPD (Partido Social-Democrata) que vão permitir a formação de um novo governo na Alemanha.
Os acordos anunciados são a diminuição do imposto cobrado sobre os mais ricos e o abandono da meta de redução das emissões de CO em 40% até 2020.
Atualmente no país quem recebe a partir de 53,7 mil (R$ 208 mil) por ano é enquadrado na faixa mais alta do imposto, pagando uma taxa de 42%. A proposta aplica essa faixa para quem ganha a partir de 60 mil (R$ 232 mil) anuais.
A ideia foi uma promessa eleitoral de Merkel e o acordo com o SPD foi a primeira vitória da chanceler na nova rodada de negociações.
Já no campo climático, o acordo representa uma reversão na posição tradicional de Merkel e dos compromissos internacionais do país.
Por causa do alto crescimento econômico e do aumento da imigração, a Alemanha não alcançaria a meta sem que medidas adicionais fossem implementadas. As declarações de fontes ligadas à União Cristã-Democrata (CDU), de Merkel, e ao SPD indicam que os dois deram a meta como inalcançável. A meta de redução de 55% das emissões até 2030 ficou, no entanto, mantida.
Os dois partidos também concordaram que a parcela de energia renovável do consumo de energia deve aumentar para 65% até 2030, contra cerca de 1/3 no ano passado.
NOVA UNIÃO
Os dois partidos, que governam juntos desde 2013, começaram em dezembro a debater uma nova união pelos próximos quatro anos.
As conversas começaram depois que a negociação entre a CDU e dois partidos menores, o liberal FDP e os Verdes, terminou sem acordo. Embora tenha sido a mais votada, a sigla de Merkel não conquistou cadeiras suficientes para governar sozinha.
Logo após a eleição de setembro do ano passado, o líder do SPD, Martin Schulz, descartou a possibilidade de se aliar novamente a Merkel. Apesar de ter o pior resultado eleitoral de sua história, os sociais-democratas se mantiveram como a segunda maior força do Parlamento.
Após as primeiras negociações de Merkel não darem certo, porém, Schulz voltou atrás e recomendou a seus aliados que apoiassem as conversas com a CDU para a criação de uma coalizão.
Os dois lados começaram neste domingo (7) um período de cinco dias nos quais vão negociar a nova coalizão.
Os temas mais espinhosos ainda estão pela frente: imigração e integração europeia.
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