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Livro que Trump tentou proibir causa filas e esgota em minutos nos EUA

ESTELITA HASS CARAZZAI WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O livreiro Lynn Schwartz, 43, não se lembra de outro lançamento que tenha provocado tamanho frisson em Washington. "A única coisa equivalente foi Harry Potter", disse Schwartz, gerente de uma livraria

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.01.2018, 14:10:00 Editado em 05.01.2018, 14:10:04
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O livreiro Lynn Schwartz, 43, não se lembra de outro lançamento que tenha provocado tamanho frisson em Washington.

"A única coisa equivalente foi Harry Potter", disse Schwartz, gerente de uma livraria a poucas quadras da Casa Branca.

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Aberta tradicionalmente até uma da manhã, a Kramerbooks esgotou em 25 minutos o estoque do livro "Fire and Fury" (Fogo e Fúria, em tradução livre), do jornalista Michael Wolff, na madrugada desta sexta (5). Dezenas de pessoas fizeram fila a partir da meia-noite, no frio de -11ºC, para conseguir uma cópia.

Pela manhã, um aviso na porta da livraria alertava: "Fire and Fury: esgotado!". Mas o telefone não parava de tocar com interessados em entrar na lista de espera.

A obra, que descreve os bastidores da Casa Branca no governo de Donald Trump, teve o lançamento adiantado em cinco dias -depois de causar um terremoto político ao tornar públicas as críticas de integrantes do governo a Trump e causar o rompimento entre o republicano e um de seus principais aliados, o estrategista Steve Bannon.

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O autor, que afirma ter feito cerca de 200 entrevistas com membros do governo e da campanha de Trump, descreve uma gestão de improvisos, um presidente mal informado que só confia em sua intuição e um candidato que nem sequer acreditava que seria eleito, entre outros relatos.

O livro era o mais vendido da Amazon nesta sexta (5), e ganhou ainda mais notoriedade depois que Trump tentou proibir sua circulação, ao enviar uma carta à editora, ameaçando entrar com ações judiciais caso a obra não fosse suspensa imediatamente.

A Casa Branca classificou a obra como "fofoca de tabloide" e disse que ela está cheia de informações "risíveis e falsas". Trump ficou "furioso" com a obra e afirmou, nesta sexta (5), que nunca autorizou o acesso de Wolff à Casa Branca, que não deu entrevista para o autor e que o livro está repleto de "mentiras, deturpações e fontes que não existem".

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"É um livro falso", afirmou o presidente.

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Wolff teve livre acesso à Casa Branca nos primeiros meses do governo, sob autorização de Bannon -um ícone da nova direita americana, editor do site de notícias "Breitbart" e, na época, um dos assessores mais controversos e mais próximos de Trump, de quem foi estrategista-chefe até ser demitido, em agosto, após os protestos supremacistas em Charlottesville, na Virgínia.

São de Bannon algumas das críticas mais severas ao presidente, como afirmar que ele "perdeu" a mão no governo e que uma reunião de membros da campanha com um informante russo -da qual participaram o filho e o genro de Trump- foi "antipatriótica".

Nesta manhã, o presidente chamou Bannon de "Steve descuidado" e "vazador". Antes, já afirmara que ele "perdeu a cabeça".

No livro, Wolff ainda sustenta que Trump não acreditava, de fato, que seria eleito presidente, mas que via sua campanha como uma forma de ganhar fama e projeção para sua família.

A Katie Walsh, ex-chefe de gabinete de Trump, é atribuída a afirmação de que lidar com Trump é "como tentar descobrir o que uma criança quer", em função de seu comportamento errático e da insegurança que demonstra ter ao tomar decisões.

Walsh, assim como outras fontes citadas no livro, negaram parte das declarações atribuídas a elas. Algumas têm dito que o autor desrespeitou acordos de "off the records" (quando uma fonte fala sob anonimato). Mas o comentário geral em Washington é que, se alguns dos registros são imprecisos ou parecem forçados, o contexto geral sobre a insegurança da equipe em relação ao presidente é verossímil.

Wolff afirma que sustenta sua apuração. Já a editora Henry Holt & Co informou que vê o livro como "uma extraordinária contribuição para o diálogo nacional".

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