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Após 22 mortes e 450 prisões em protestos, Irã registra ato pró-aiatolá

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Após quase uma semana de manifestações contrárias ao governo, milhares de iranianos foram às ruas nesta quarta-feira (3) demonstrar apoio ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Seus simpatizantes empunhavam b

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.01.2018, 17:35:00 Editado em 03.01.2018, 17:35:03
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Após quase uma semana de manifestações contrárias ao governo, milhares de iranianos foram às ruas nesta quarta-feira (3) demonstrar apoio ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Seus simpatizantes empunhavam bandeiras nacionais, nas imagens transmitidas pela TV oficial.

Os protestos anti-regime, por sua vez, arrefeceram depois de ao menos 450 pessoas terem sido detidas somente na capital, Teerã. Desde seu início, na quinta-feira passada (28), 22 pessoas foram mortas, incluindo um policial e uma criança de 11 anos.

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Nesta quarta, três agentes de inteligência iranianos teriam morrido em confrontos "com elementos não revolucionários" na cidade de Piranshahr (oeste), segundo comunicado da Guarda Revolucionária do Irã reproduzido pela agência de notícias iraniana Mehr.

A agência privada "Tasnim" também divulgou que um cidadão europeu que participava dos protestos antigoverno na área de Borujerd foi detido nesta quarta. Sua nacionalidade não foi identificada. "[Este] cidadão europeu foi treinado por serviços de inteligência europeus e estava liderando os manifestantes", disse Hamidreza Abolhassani, chefe do Departamento de Justiça de Borujerd, à Tasnim.

A onda de protestos começou em um reduto conservador no nordeste do país, inicialmente motivada pelas agruras econômicas –o desemprego entre jovens ultrapassa os 40% em algumas regiões do país, segundo estimativas não oficiais. Mas, nas ruas, os manifestantes mais tarde incorporaram slogans políticos e passaram a pedir uma mudança de regime.

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As manifestações rapidamente atraíram a atenção no país e fora dele por evocar a massa de milhões que foram às ruas em 2009 protestar contra a reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad. Mas há uma diferença fundamental, alertam os analistas: se em 2009 era um movimento de classe média, agora a mobilização é da classe trabalhadora.

O líder supremo Khamenei fez sua primeira declaração pública na terça-feira (2), culpando "inimigos" da República Islâmica pela crise. Ele não deu nome aos desafetos, mas a sua mensagem parecia destinada a países como os EUA, o Reino Unido e a Arábia Saudita.

Nas manifestações pró-governo desta quarta-feira, eram ouvidos gritos de "líder, nós estamos prontos" e de "oferecemos o sangue em nossas veias ao nosso líder", segundo a agência de notícias AFP. Devido às restrições impostas pelo governo, que dificulta o trabalho da imprensa no país, há escassa informação confiável vinda de suas cidades. Redes como Instagram e Telegram foram bloqueadas.

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Já há anos existe insatisfação quanto à economia, em uma população com baixo poder de compra e crescente percepção de corrupção. Mas havia alguma expectativa de melhora com o acordo nuclear de 2015, que levantaria sanções e traria investidores ao país.

O acordo, no entanto, é contestado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que pode decidir neste mês manter as sanções.

O presidente do Irã, Hassan Rowhani, tem tido dificuldade de apaziguar as reivindicações populares.

Isso explica, em parte, por que desta vez –em comparação com 2009– os protestos se espalharam por áreas mais pobres do país, em vez de se concentrar na capital, Teerã. Regiões rurais foram especialmente afetadas nos últimos anos pela seca e pela falta de investimentos.

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