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Menino de 5 anos morre com tiro na Virada de SP; suspeita é bala perdida

MARIANA ZYLBERKAN E PATRICIA PAMPLONA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os fogos de artifício ainda explodiam no céu de São Paulo minutos após a virada do ano quando o menino Arthur, 5, caiu no chão, desfalecido. A princípio, a mãe, que correu para o quintal a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.01.2018, 18:30:00 Editado em 02.01.2018, 18:30:04
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MARIANA ZYLBERKAN E PATRICIA PAMPLONA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os fogos de artifício ainda explodiam no céu de São Paulo minutos após a virada do ano quando o menino Arthur, 5, caiu no chão, desfalecido. A princípio, a mãe, que correu para o quintal ao saber do acidente, achou que a criança tinha escorregado, pois brincava com as bolinhas de sabão que tinha ganhado de Natal. "Moramos em apartamento, não temos quintal, por isso era a primeira vez que ele estava brincando com as bolinhas, já que choveu bastante nos dias anteriores", diz a mãe, a professora Valéria Aparecido, 34.

O desespero tomou conta dos pais ao perceberem uma poça de sangue se formar debaixo da cabeça do menino, que continuava inerte. "Disseram que ele arregalou os olhos e caiu duro. Imaginei que tinha ferido a cabeça na queda", afirma a mãe. A família estava na casa de um primo de Valéria, no Jardim Sônia (zona oeste), para comemorar o Ano-Novo.

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O pai contou que o deixou deitado no chão e chamou a ambulância, mas o desespero diante da gravidade da situação o fez correr com o filho para o hospital Family, o mais próximo. "Não sabia o que era. Só pedia para ninguém mexer nele", disse o eletricista David Santos da Silva, 33. Um exame de tomografia realizado no setor de emergência apontou a presença de uma bala alojada na cabeça, bem próximo da nuca. Foi então que a família descobriu que o filho tinha sido vítima de bala perdida.

Uma das hipóteses ainda a ser investigada é que criminosos comemoravam o Ano-Novo com tiros para cima e um dos disparos teria atingido Arthur. "Estava dentro de casa comemorando o Ano-Novo. Era uma criança, estava brincando. Foi uma vítima inocente da violência", disse a mãe.

BUSCA

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Segundo nota enviada pelo hospital Family, do grupo NotreDame Intermédica, Arthur já chegou ao atendimento com dano neurológico importante. Por não dispor de uma UTI pediátrica, o hospital e a família iniciaram a busca por uma vaga de internação na rede pública e em instituições privadas. A procura só foi acabar cerca de quatro horas depois, quando ele foi levado para o Hospital Geral de Pirajussara, onde deu entrada em "estado gravíssimo" às 6h20 de segunda-feira (1).

"A criança passou pela avaliação da equipe de neurocirurgia e por procedimento cirúrgico, foi internada na UTI pediátrica e faleceu devido à gravidade clínica", informou a Secretaria Estadual de Saúde, que administra o Hospital Geral de Pirajussara.

A família diz que teve dificuldade com o transporte do menino para o hospital estadual. "Como era feriado, tinha ambulância, mas não tinha médico", disse a mãe de Arthur. Segundo o hospital Family, profissionais que estavam de plantão foram deslocados para acompanhá-lo até a internação na UTI em outro endereço.

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Segundo a mãe, foi feito contato em alguns hospitais particulares, que dispunham de vaga de internação, mas não aceitaram a transferência de Arthur. "Isso eu achei negligência. Às vezes, dava tempo de socorrer, mas perdemos a pessoa porque o que manda nesse país é o dinheiro."

O caso será investigado pelo DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). Policiais ainda aguardam a perícia do corpo para avaliar a velocidade e o ângulo com que o projétil provocou o ferimento na cabeça do menino e dar seguir a apuração. De acordo com a mãe, a bala entrou de cima para baixo no crânio de Arthur. "É difícil saber de onde veio [a bala]", disse a professora, ao ser indagada se a família irá cobrar da polícia a autoria do disparo. Para o pai, o filho foi vítima da "guerra civil velada em que vivemos".

SUPER-HERÓI

O casal, que tem mais uma filha, descreveu Arthur como uma criança amorosa e "inteligentíssima". Segundo homenagem de uma tia em uma rede social, o menino gostava de se passar por um super-herói diferente por dia. "Ele chegou nesse mundo de surpresa, não foi nada planejado", escreveu Eliane Carrilho.

O relato segue e conta que gravidez, apesar de inesperada, foi muito comemorada pela família, que organizou o chá de bebê duas vezes. O menino tinha se tornado ainda mais falante e sociável recentemente, após começar a frequentar uma escola infantil.

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