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Protestos de domingo deixaram 10 mortos no Irã, diz TV estatal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dez pessoas morreram durante protestos de rua no Irã no domingo (31), informou a televisão estatal iraniana nesta segunda-feira (1º) sem dar detalhes. "Nos eventos da noite passada, infelizmente, um total de cerca de 10 pesso

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.01.2018, 09:50:00 Editado em 01.01.2018, 09:50:03
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dez pessoas morreram durante protestos de rua no Irã no domingo (31), informou a televisão estatal iraniana nesta segunda-feira (1º) sem dar detalhes.

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"Nos eventos da noite passada, infelizmente, um total de cerca de 10 pessoas foram mortas em várias cidades", disse, enquanto mostrava danos causados por manifestações anti-governo.

O canal disse que as forças de segurança repeliram manifestantes armados que tentaram assumir postos da polícia e bases militares.

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"Alguns manifestantes armados tentaram assumir estações de polícia e bases militares, mas enfrentaram séria resistência das forças de segurança", afirmou a televisão, sem dizer onde os ataques ocorreram.

Duas pessoas foram mortas a tiros em Izeh (a 455 quilômetros da capital Teerã) no domingo e outras ficaram feridas, afirmou a agência de notícias "ILNA" nesta segunda citando um membro do parlamento. Não ficou claro se os dois mortos faziam parte dos 10 citados pela televisão estatal.

"Eu não sei se o tiroteio de ontem [sábado] foi realizado por participantes do protesto ou pela polícia, a questão está sendo investigada", disse o representante Hedayatollah Khademi.

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O governador regional Mostafa Samali afirmou, no entanto, à agência de notícias Fars que apenas uma pessoa havia sido morta, o suposto atirador foi preso e o incidente não estava relacionado com as manifestações.

Há relatos de protestos também nas cidades ocidentais de Sanandaj e Kermanshah, bem como em Chabahar, no sudeste, e Ilam, no sudoeste.

No domingo, o Irã bloqueou o acesso ao Instagram e ao popular aplicativo de mensagens Telegram, usado pelos ativistas para se organizarem. As autoridades acusam grupos "contrarrevolucionários" estabelecidos fora do país de recorrer às redes sociais, especialmente o Telegram, para convocar a população a ir às ruas e a usar coquetéis molotov e armas de fogo.

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A onda de protestos foi iniciada na última quarta-feira (27) em Mashhad, a segunda cidade mais populosa do país, e se espalhou por todo o Irã. Desde então, mais de 80 pessoas já foram detidas. É a maior manifestação desde 2009, quando os iranianos protestaram por meses contra os resultados das eleições presidenciais.

Na capital Teerã, a polícia disparou canhões de água contra os manifestantes na praça Ferdowsi. Alguns gritavam "Vida longa ao Xá Reza".

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Duas pessoas foram mortas a tiros em confrontos na cidade de Dorud no sábado (30) à noite, quando os manifestantes atacaram bancos e edifícios do governo e queimaram uma moto da polícia.

O Irã é um importante produtor de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), mas as frustrações cresceram internamente com a nação profundamente envolvida na Síria e no Iraque, como parte de uma batalha por influência com a rival Arábia Saudita.

Quem se opõe ao governo critica o desemprego, a escassez de recursos, o alto custo de vida e o governo "ditador". Já quem é pró Rowhani bradava contra os EUA e responsabiliza as sanções internacionais impostas ao Irã pelas mazelas enfrentadas pela população.

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Alguns manifestantes convocaram o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, a renunciar e se posicionar contra um governo que descreveram como de ladrões.

Outros vídeos mostravam pessoas em Teerã entoando "Abaixo o ditador", em uma aparente referência a Khamenei. Manifestantes em Khorramabad, no oeste do Irã, gritavam "Khamenei, vergonha de você, deixe o país sozinho".

Até agora, Khamenei não se pronunciou sobre os protestos.

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Já Shirin Ebadi, vencedora do Nobel da Paz, afirmou neste domingo, em entrevista ao jornal "La Repubblica", que as manifestações são apenas "o início de um grande movimento".

'PAGARÃO O PREÇO'

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O presidente iraniano Hassan Rowhani reconheceu o descontentamento da população, mas o governo avisou que não hesitaria em punir quem violasse as leis.

Rowhani disse, em reunião com seu gabinete, segunda a agência de notícias Mehr, que os iranianos têm o direito de protestar e de criticar o governo, mas que suas ações não podem levar à violência.

"Aqueles que destroem a propriedade pública, criam desordem e agem em ilegalidade devem responder por suas ações e pagar o preço, agiremos contra a violência e contra aqueles que provocam medo e terror", disse o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o governo iraniano no domingo. "O Irã, o patrocinador número um do terror, com inúmeras violações dos direitos humanos em horas, agora bloqueou a internet para que os manifestantes pacíficos não possam se comunicar. Não é bom", afirmou Trump.

O governo do Irã, que tinha proibido as TVs de exibirem os protestos, contra-atacou. O ministro do Exterior, Bahram Ghasemi, disse que "o povo iraniano não dá crédito às observações enganosas e oportunistas de funcionários dos EUA ou do sr. Trump".

Rowhani também rebateu: "Aqueles que chamam os iranianos de terroristas não têm porquê simpatizar com nossa nação".

Também nesta segunda, o ministro da inteligência de Israel incentivou os protestos, mas disse que a política do país não se envolveria em assuntos internos do Irã.

Analistas dizem que os líderes iranianos acreditam que podem contar com o apoio de gerações da população participantes da revolução iraniana de 1979, que teriam um compromisso ideológico com o país e reconheceriam ganhos econômicos desde então.

A força do governo Rowhani foi exibida nas manifestações favoráveis de sábado, que reuniram 4.000 pessoas em Teerã.

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