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Brasil anuncia expulsão de venezuelano

PATRÍCIA CAMPOS MELLO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro declarou o encarregado de negócios da Venezuela, hoje o principal representante do país no Brasil, "persona non grata" nesta terça-feira (26). A medida, na prática, equivale a uma exp

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.12.2017, 21:00:00 Editado em 26.12.2017, 21:00:10
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro declarou o encarregado de negócios da Venezuela, hoje o principal representante do país no Brasil, "persona non grata" nesta terça-feira (26). A medida, na prática, equivale a uma expulsão de Gerardo Antonio Delgado Maldonado.

O Ministério das Relações Exteriores informou que está seguindo o princípio de reciprocidade. No sábado (23), a Assembleia Constituinte da Venezuela havia declarado o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira, "persona non grata" no país.

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O governo brasileiro comunicou o diplomata venezuelano, que vive em Brasília com sua família, da decisão.

No entanto, contatado pela reportagem da Folha na noite desta terça, Maldonado disse que ainda não havia sido informado oficialmente pelo governo brasileiro. "Até que eu seja informado oficialmente, não tenho planos de sair do país", disse à Folha.

Quando alguém é declarada "persona non grata", normalmente tem até 72 horas para deixar o país. Mas o Itamaraty não estipulou prazo para Maldonado partir.

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Isso porque, no caso do embaixador brasileiro, ele foi expulso "apenas por meio da imprensa", já que até agora não houve comunicação oficial da Chancelaria venezuelana nem especificação de prazos para saída. O Itamaraty então adotou a reciprocidade ao não indicar prazo.

Pereira está no Brasil desde a semana passada para as festas de fim de ano e não pode voltar à Venezuela enquanto valer a declaração.

AUSÊNCIA

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Maldonado chefia a Embaixada da Venezuela em Brasília na ausência do embaixador titular, Alberto Efraim Castellar Padilla, que foi convocado pela Venezuela em maio de 2016 em protesto contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Ao anunciar a expulsão de Pereira no sábado (23), a chavista Delcy Rodríguez, presidente da Constituinte, disse que a declaração valeria até "restituir-se a ordem constitucional" no Brasil, que Caracas alega ter sido rompida com a destituição de Dilma.

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Em nota, o Itamaraty respondeu que "a decisão demonstra, uma vez mais, o caráter autoritário da administração Nicolás Maduro e sua falta de disposição para qualquer tipo de diálogo".

Rodríguez também declarou o encarregado de negócios do Canadá, Craib Kowalik, "persona non grata".

A relação entre os dois governos, que já esfriara depois que Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez foram sucedidos nos respectivos governos por Dilma (2011) e Maduro (2013) vem se deteriorando desde que Temer assumiu a Presidência, e o então chanceler José Serra adotou um tom mais assertivo nas notas sobre a Venezuela.

O Brasil liderou o esforço para suspender a Venezuela do Mercosul, com apoio do Paraguai, e, em setembro do ano passado, convocou Pereira para consultas após ele se indispor com o regime chavista por causa das críticas de autoridades brasileiras ao regime. O embaixador voltara ao posto em julho deste ano.

O estopim do último episódio aparentemente foi um comunicado do governo do Brasil criticando a Assembleia Constituinte chavista por dissolver as prefeituras do distrito metropolitano de Caracas e do Alto Apure, raros redutos da oposição, no dia 20.

A Venezuela chegou a ser o oitavo maior destino das exportações brasileiras sob Lula e Chávez, tendo comprado US$ 5,05 bilhões em produtos brasileiros em 2012.

Hoje, o país que enfrenta uma grave crise econômica, política e social não está nem entre os 40 maiores, tendo comprado US$ 426,8 milhões nos 11 meses de 2017.

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