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Falta dar voz aos eleitores, diz líder chileno

SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL SANTIAGO, CHILE (FOLHAPRESS) - Numa eleição em que surgiram novas caras tanto na direita radical, com o candidato José Antonio Kast (que obteve 7,9% dos votos no primeiro turno), como na extrema esquerda, com o partido Fr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.12.2017, 02:20:00 Editado em 16.12.2017, 02:20:12
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SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL

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SANTIAGO, CHILE (FOLHAPRESS) - Numa eleição em que surgiram novas caras tanto na direita radical, com o candidato José Antonio Kast (que obteve 7,9% dos votos no primeiro turno), como na extrema esquerda, com o partido Frente Ampla (que obteve 20,2%), independentemente de quem ganhe a eleição de domingo (17), "o Chile já tem uma democracia com mais atores do que nos últimos 20 anos --então dividida entre ex-pinochetistas e centro-esquerdistas (Concertação e, depois, Nova Maioria)".

A avaliação vem de um dos principais nomes que figuram neste novo cenário: o deputado esquerdista Giorgio Jackson, 30, engenheiro e ex-líder estudantil, que foi eleito pela primeira vez deputado por Santiago Central em 2013, capitalizando a projeção conquistada durante a onda de manifestações estudantis de 2011.

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Nas legislativas de 2017, Jackson foi reeleito por uma zona mais populosa, que reúne mais distritos (Ñuñoa, Providencia, Santiago, Macul, San Joaquín, La Granja).

O deputado é um dos cofundadores da Frente Ampla, e seria o candidato natural dessa coligação à Presidência, caso a idade mínima para ser presidente do Chile não fosse de 40 anos.

Apesar de a Frente Ampla ter como uma de suas diretrizes não se aliar a forças políticas tradicionais, nas últimas semanas, seus líderes acabaram cedendo à ideia de que era preciso impedir uma nova eleição do ex-presidente de centro-direita Sebastián Piñera (2010-14), que se aliou a candidatos de direita e extrema-direita, como Kast.

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"Agora vale o voto útil, para evitar um retrocesso", disse Jackson à reportagem nesta sexta (15), em seu comitê em Santiago.

O deputado afirmou, porém, que a Frente Ampla "apenas apoiará [o candidato de centro-esquerda Alejandro] Guillier para evitar a vitória de Piñera".

"Depois disso, seremos oposição ao novo governo, seja qual deles for eleito no domingo", afirmou

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E acrescentou: "Não houve negociação nem transação pelo apoio, ele é apenas uma decisão pragmática. Guillier não nos pediu nada, nem nós exigimos. Mais que isso, creio que sempre se mostrou muito contraditório ao nos dar respostas sobre pontos de nosso programa que sugerimos que ele incorporasse".

NOVA TENDÊNCIA

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Jackson afirma que uma vitória da centro-esquerda no domingo no Chile, caso ocorra, "poderá marcar uma nova tendência no continente". As pesquisas mais recentes indicam empate técnico entre os candidatos, com Piñera à frente por dois pontos

Segundo ele, a Frente Ampla tem como objetivo apresentar uma alternativa aos progressismos recentes --dos países bolivarianos-- "em que ainda se veem traços de machismo, de homofobia".

"O que a nossa esquerda trará ao novo governo é o pensamento de uma esquerda nova e fundamentalmente contra os preconceitos."

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A Frente Ampla aumentou sua bancada no Congresso de 3 deputados para 20 nesta eleição. "Isso significa que nos transformamos em um ator político relevante e que qualquer que ganhe terá de dialogar conosco", ressaltou.

"Tendo ouvido a ambos os candidatos em campanha, não sinto que eles tenham clareza a respeito de temas que nós consideramos sensíveis para o Chile, como a gratuidade na educação e um sistema de aposentadorias mais justo", afirmou.

A Frente Ampla defende 100% de gratuidade no ensino superior (hoje é de 60%) e uma participação do Estado no sistema de aposentadorias (hoje é privado).

Para Jackson, o surgimento das candidaturas novas à esquerda e à direita responde a um "cansaço com relação ao establishment", mas também traz seus desafios.

"É preciso ser muito transparente e se comunicar bem. Nenhum político terá êxito nos tempos novos se não souber ser implacável com a corrupção, ser transparente ao ponto de não deixar que as 'fake news' [notícias inventadas] tenham impacto negativo em seu governo, e é preciso dar mais voz aos eleitores, para além do voto", disse.

"Nenhum eleitor hoje quer apenas votar e esperar a próxima eleição. Creio que nós, como Frente Ampla, estamos oferecendo esse espaço."

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