SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um deputado estadual conservador do Kentucky, nos EUA, acusado de abuso sexual de uma adolescente foi encontrado morto na noite desta quarta (13). A polícia trata o caso como suicídio.
O corpo de Dan Johnson, 57, foi achado ao lado de uma ponte de Mount Washington, na região de Louisville, maior cidade do Estado, com uma marca de bala na cabeça.
Segundo o coronel Dave Billings, da polícia local, o parlamentar dirigiu até uma estrada afastada da cidade e então desceu do veículo. "Eu diria que provavelmente é suicídio", afirmou o policial.
Pastor da igreja Heart of Fire (coração de fogo), Johnson foi eleito em 2016 sem apoio da cúpula do Partido Republicano, ao qual pertence. Líderes da sigla pediram para ele abandonar a corrida devido a seus comentários racistas, entre eles um no qual comparava o casal Barack e Michelle Obama a macacos.
Como deputado, manteve um perfil discreto e apoiava principalmente projetos ligados ao ensino religioso até a última segunda (11), quando foi revelada a acusação de que ele abusou sexualmente de uma adolescente no porão de sua casa em 2013.
O caso foi noticiado pela organização jornalística Kentucky Center for Investigative Reporting, que afirmou que a polícia chegou a investigar o assunto na época, mas decidiu não denunciar o pastor.
Na terça (12), logo após o episódio vir à tona, Johnson deu uma entrevista coletiva dentro de sua igreja. Ao lado de amigos e familiares, afirmou que as acusações eram "totalmente falsas" e parte de uma estratégia nacional para desacreditar a ala republicana mais conservadora.
Na ocasião, ele se comparou ao colega de partido Roy Moore, candidato a uma vaga no Senado por Alabama também acusado de abusar de menores --e derrotado pelo democrata Doug Jones.
Na quarta (13), Johnson escreveu nas redes sociais uma mensagem na qual pedia para as pessoas cuidarem de sua mulher e dizia sofrer de estresse pós-traumático.
"É uma doença que vai tirar minha vida, não posso mais aguentar. Derrotou esta vida, mas o céu é minha casa", dizia o texto, que depois foi apagado.
Michael Skoler, presidente da Louisville Public Media, que controla o Kentucky Center for Investigative Reporting, disse que todos na organização estão tristes com o fato.
"Nosso objetivo sempre é mostrar ao público reportagens imparciais e baseadas em fatos para fazer os servidores públicos responderem por suas ações", afirmou ele.
A acusação contra Johnson acontece em meio a um escândalo de assédio sexual que envolveu outros quatro deputados republicanos na Assembleia Estadual do Kentucky, incluindo o presidente da Casa, Jeff Hoover, que renunciou ao cargo.
Além disso, denúncias de assédio derrubaram os deputados federais John Conyers e Trent Franks e o senador Al Franken na última semana.
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