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PF obriga reitor e vice da UFMG a depor sobre suposta fraude em obra

MARCELO TOLEDO RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal deflagrou nesta quarta (6) a operação Esperança Equilibrista, que investiga o suposto desvio de recursos públicos na construção de uma obra executada pela UFMG (Universidade Federal de Min

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.12.2017, 20:50:00 Editado em 06.12.2017, 20:50:11
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MARCELO TOLEDO

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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal deflagrou nesta quarta (6) a operação Esperança Equilibrista, que investiga o suposto desvio de recursos públicos na construção de uma obra executada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Reitor e vice da instituição foram levados para prestar depoimento em Belo Horizonte.

De acordo com a PF, o alvo é a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, obra paga pelo Ministério da Justiça e executada pela universidade.

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Além do reitor, Jaime Arturo Ramirez, e da vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, também foram alvos de condução coercitiva o presidente da Fundep (Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa), Alfredo Gontijo de Oliveira, e as ex-vice-reitoras Rocksane de Carvalho Norton e Heloisa Gurgel Starling, além de servidoras. Eles saíram sem dar entrevistas.

A reportagem questionou a PF sobre o que pesava contra as pessoas conduzidas, mas não houve resposta até as 20h30 desta quarta (6).

Todos foram defendidos por entidades acadêmicas e sindicatos, que criticaram a ação da PF, fizeram atos e a compararam à operação realizada em SC -o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo se matou após ter sido detido com outras seis pessoas numa ação da PF que apura supostos desvios de recursos.

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No caso da UFMG, de acordo com a polícia, foram gastos mais de R$ 19 milhões e, do total repassado à universidade, R$ 4 milhões teriam sido desviados por meio de fraudes em pagamentos feitos pela Fundep. A fundação foi contratada para pesquisas de conteúdo e produção de material para a exposição.

Idealizado há nove anos, o projeto do memorial tem como objetivo preservar e difundir a memória política dos períodos de repressão, a partir da reforma do chamado Coleginho, onde seria instalada exposição com obras e materiais históricos. O local teria ainda dois prédios anexos e uma praça de convivência.

Só que, até agora, segundo a PF, apenas os anexos estão "aparentes", ainda inacabados. Conforme a PF, os desvios teriam ocorrido por meio de pagamentos a fornecedores sem elo com o projeto e de bolsas de estágio e extensão.

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A operação, desencadeada com apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCU (Tribunal de Contas da União), recebeu o nome de Esperança Equilibrista em alusão à música "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc. Foram cumpridos oito mandados judiciais de condução coercitiva e 11 de busca e apreensão.

A professora da USP Lilia Moritz Schwarcz, coautora de livro com Heloisa Starling, criticou a ação. "Levar coercitivamente uma pessoa que nunca se recusa ou se recusou a ajudar e colaborar é um atentado aos nossos direitos civis."

A UFMG informou, por meio de sua assessoria, que não pode se manifestar sobre os fatos que motivam a investigação por ela tramitar em sigilo. "Entretanto, dada a transparência com que lida com as questões de natureza institucional, a UFMG torna público que contribuirá, como é sua tradição, para a correta, rápida e efetiva apuração do caso específico", diz trecho da nota da universidade.

Em protesto, professores e servidores gritaram: "Jogaram a trajetória dessas pessoas na lama" e "Não queremos que Minas Gerais seja uma segunda Santa Catarina".

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