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Líderes mundiais criticam EUA por transferir embaixada para Jerusalém

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Líderes mundiais de diversos países criticaram nesta quarta-feira (6) a decisão do governo de Donald Trump de transferir a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém e de reconhecer a cidade como capital do país.

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.12.2017, 10:10:00 Editado em 06.12.2017, 10:10:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Líderes mundiais de diversos países criticaram nesta quarta-feira (6) a decisão do governo de Donald Trump de transferir a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém e de reconhecer a cidade como capital do país.

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Enquanto representantes europeus expressaram preocupação com a medida sem atacar diretamente Washington, líderes do Oriente Médio e de nações de maioria muçulmana subiram o tom nos ataques, com a Turquia dizendo que a ação vai "incendiar" o mundo.

"Declarar Jerusalém como capital é desconsiderar a história e as verdades da região, é uma grande injustiça, crueldade, miopia, loucura e maluquice, e vai mergulhar o mundo em um incêndio sem fim à vista" disse o vice-primeiro-ministro turco, Bekir Bozdag.

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Ankara confirmou ainda que haverá uma reunião do Conselho de Cooperação Islâmica em 13 de outubro para os países da região debaterem uma resposta conjunta a medida.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, foi outro que criticou a medida, dizendo que a mudança de embaixada mostra a "incompetência e a incapacidade" americana para resolver a disputa na região e prometendo ajudar a "libertar" a Palestina.

O enviado palestino ao Reino Unido, Manuel Hassassian, também manteve o tom pesado, afirmando que a decisão é uma declaração de guerra contra cristãos e muçulmanos.

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"Se ele [Trump] disser o que está pretendendo dizer sobre Jerusalém ser a capital de Israel, isso significa um beijo da morte para a solução de dois Estados", afirmou em entrevista à rádio BBC.

"Ele está declarando guerra no Oriente Médio, ele está declarando guerra contra 1,5 bilhão de muçulmanos e centenas de milhões de cristãos que não irão aceitar que os santuários sagrados estejam totalmente sob a hegemonia de Israel", disse Hassassian.

Após conversar na terça (5) com o Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, o papa Francisco se manifestou publicamente sobre o assunto nesta quarta.

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"Não posso ficar calado sobre minha profunda preocupação com a situação criada nos últimos dias sobre Jerusalém" disse ele para milhares de pessoas no Vaticano. "Faço um apelo desesperado para que todos se comprometam a respeitar o 'status quo' da cidade, em conformidade com as resoluções da ONU".

Antes do discurso para o público, o pontífice se encontrou com uma delegação de palestinos no Vaticano e afirmou que "reconhecer o direito de todas as pessoas na Terra Santa" é uma condição básica para o diálogo.

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PREOCUPAÇÃO

Mesmo aliados tradicionais dos Estados Unidos, como o Reino Unido e a Alemanha, criticaram a proposta de Trump.

"Vamos esperar para ver o que exatamente o presidente vai dizer. Mas lemos com preocupação as notícias, porque consideramos que Jerusalém obviamente deveria ser parte de um acordo final entre israelenses e palestinos", disse o ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson.

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Já o governo alemão disse temer que o anúncio da mudança da embaixada gere protestos violentos em países de maioria muçulmana. O Ministério de Relações Exteriores do país recomendou aos turistas alemães que evitem Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia nos próximos dias.

O governo francês emitiu ordem semelhante, pedindo que os turistas do país não se aproximem de grandes aglomerações tanto em Jerusalém quanto no território palestino.

A China, que tradicionalmente não costuma interferir na disputa entre Israel e Palestina, também manifestou preocupação com um aumento do conflito no Oriente Médio.

"Todas as partes devem fazer mais pela paz e tranquilidade da região, se comportar com precaução e evitar ações que afetem a base de uma resolução para questão palestina e que iniciem novas hostilidades", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Geng Shuang.

Adversários tradicionais dos Estados Unidos, Rússia e Síria também criticaram a medida, mas disseram que vão se manifestar oficialmente apenas após o discurso de Trump, que deve acontecer na tarde desta quarta.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não se pronunciou ainda sobre a decisão americana.

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