SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça da Espanha retirou nesta terça-feira (5) a ordem de captura europeia contra o ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont e quatro de seus assessores, investigados por sedição ao tentar declarar a independência.
A solicitação havia sido feita no início de novembro, quando o grupo chegou à Bélgica, onde as autoridades locais analisam um pedido de extradição feito por Madri.
O juiz Pablo Llarena, responsável pela decisão, afirma que a retirada se deve à intenção dos catalães de voltarem ao país para serem deputados se escolhidos na eleição regional do dia 21.
Segundo Llarena, a sentença também ajudará a evitar que a Justiça belga restrinja os delitos pelos quais os dirigentes catalães são acusados, deixando-os em situação diferente à dos processados e presos na Espanha;
Todos os líderes pró-independência foram acusados de rebelião, sedição e peculato por darem ao apoio ao processo de secessão que foi impedido pelo governo central espanhol. Se condenados por estes crimes, eles poderão pegar até 30 anos de prisão.
Com o fim da ordem de prisão europeia, a Procuradoria belga encerrou o caso. O advogado de defesa de Puigdemont, Jaume Alonso-Cuevillas, confirmou a decisão e disse que o tribunal espanhol "tenta evitar receber uma bofetada da justiça belga".
O veredicto é anunciado no primeiro dia da campanha para as eleições catalãs, convocadas após a destituição do governo de Puigdemont devido ao seu plano de independência da região espanhola.
No primeiro comício, a coalizão separatista colocou cadeiras vazias simbolizando os líderes presos. "Querem colocar todas as dificuldades possíveis para que não possamos fazer campanha em igualdade de condições", disse Puigdemont em vídeo.
Pesquisas mostram que os partidos pró-independência podem perder a maioria no Parlamento regional.
A crise começou com o plebiscito de 1º de outubro, que que terminou com 90% dos votos favoráveis à separação e com 43% de participação.
A batalha afetou a economia nacional e fez com que várias empresas mudassem sua sede para fora da Catalunha, que responde por 20% da economia da Espanha.
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