SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - A campanha do segundo turno da eleição presidencial no Chile teve início nesta segunda-feira (4) com uma surpresa. A candidata da esquerdista Frente Ampla, Beatriz Sánchez, cuja força política havia anunciado que ficaria neutra no segundo turno, resolveu anunciar seu apoio pessoal ao governista Alejandro Guillier.
Com esse gesto, Sánchez, que obteve 20,2% dos votos no primeiro turno, transforma-se numa importante aliada do ex-apresentador de TV e senador por Antofagasta. Guillier, que passou para o segundo turno com 22,7%, enfrenta no dia 17 o ex-presidente Sebastián Piñera (centro-direita), que recebeu 36% dos votos.
A terceira colocada enfatizou que seu apoio é particular, pois dentro da Frente Ampla há uma vertente que considera que, como partido novo, não deve respaldar políticos tradicionais.
Sánchez, porém, considerou que Sebastián Piñera seria "um atraso para o país" e que a neutralidade "não era uma opção". "Meu voto é contra Piñera, e portanto será para Guillier".
O movimento dificulta um pouco a volta de Piñera à Presidência, embora ele permaneça favorito. Se contar com seus 36%, mais os 7,9% obtidos pelo ultradireitista José Antonio Kast, que o apoia, poderia chegar à frente de Guillier.
Dependerá, porém, do comportamento dos eleitores da Frente Ampla. Se seguirem a orientação do partido e anularem o voto ou não comparecerem, fortalecerão Piñera. Caso contrário, Guillier terá chances de vencer o ex-presidente.
A disputa ficou mais acirrada, e nas próximas duas semanas será mais explícita. Por sua parte, a presidente Michelle Bachelet incentiva os chilenos a votar depois que só 43% do eleitorado foi às urnas, um dos menores índices do mundo (o voto não é obrigatório).
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