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Com mesma reprovação de Haddad, Doria recusa comparação com petista

GUILHERME SETO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diante do crescimento de seu índice de reprovação apontado por pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (5), o prefeito João Doria (PSDB) refutou comparação com o seu antecessor, Fernando Haddad (PT). Segu

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.12.2017, 15:30:00 Editado em 05.12.2017, 15:30:03
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GUILHERME SETO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diante do crescimento de seu índice de reprovação apontado por pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (5), o prefeito João Doria (PSDB) refutou comparação com o seu antecessor, Fernando Haddad (PT).

Segundo pesquisa Datafolha realizada de terça (28) a quinta (30) da semana passada, 39% dos moradores de São Paulo consideram a gestão péssima ou ruim –exatamente o mesmo índice de desaprovação de Haddad ao final de seu primeiro ano no comando da cidade, em 2013. No entanto, o tucano recusou a comparação com o petista.

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"O mesmo Datafolha reproduz que temos 60% de aprovação. Entre regular, bom e ótimo, temos 60%. É sempre bom respeitar a opinião pública, mas é muito bom olhar o horizonte também (...) Não é igual [ao Haddad]. Se você olhar a aprovação, nossa aprovação é mais que o dobro da aprovação do Haddad. Mas não tem problema [o índice de reprovação ser igual], isso faz parte, temos que respeitar a opinião pública", disse.

A conta do tucano, no entanto, é imprecisa. Na pesquisa Datafolha do primeiro ano de gestão de Haddad, 18% dos moradores classificaram o mandato petista como bom ou ótimo. No caso de Doria, são 29%.

O tucano também disse que irá trabalhar mais e ter mais foco na zeladoria, uma das áreas mais criticadas da atual gestão.

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"Temos que melhorar a zeladoria urbana, temos que melhorar a Operação Tapa Buraco, como temos feito, e começamos agora no começo de novembro o programa Asfalto Novo, depois de muita dificuldade de recurso, e o Asfalto Novo é contínuo, vai até dezembro de 2018. Também conseguimos a ata do Tribunal de Contas do Município para o programa de recuperação dos semáforos. Tudo isso são respostas positivas para o clamor da população, que reproduz um pouco esse sentimento. Trabalhar, trabalhar e trabalhar, é o que nós temos que fazer", disse o prefeito nesta terça (5) em Heliópolis, onde inaugurou 240 unidades habitacionais ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

"Vamos trabalhar mais e focar mais. O sentimento é de respeito pela opinião pública", continuou o prefeito.

Doria indicou que a saída do vice-prefeito Bruno Covas da secretaria de Prefeituras Regionais foi feita já como resposta às críticas da população aos problemas de zeladoria.

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"Desde o início de outubro fizemos mudanças na Prefeitura de São Paulo para melhorar o desempenho da zeladoria () O sinal é claro: temos que melhorar. Ativar as prefeituras regionais. Houve uma alteração, o Bruno Covas, excelente colaborador, agora cuida da parte política, e colocamos uma nova estrutura para melhorar a eficiência das 32 regionais", afirmou.

Sobre a possibilidade de que sua corrida pela vaga de candidato do PSDB ao Palácio do Planalto tenha contribuído para sua queda de avaliação, ele desconversou. "Nunca manifestei essa disposição. Nosso foco é a cidade de São Paulo. É o cidadão, os habitantes da cidade de São Paulo, fazer aquilo que tem que ser feito. Cuidar bem da cidade, melhorar a qualidade da zeladoria, tapar buracos, colocar asfalto, atender a população na saúde e na habitação", disse.

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Doria ainda deu uma alfinetada em Haddad ao criticar o orçamento deixado pela gestão que o antecedeu.

"Foco e determinação. Esse foi o foco dado a todos os secretários e secretárias da prefeitura. Melhorar qualidade do nosso trabalho e atender a população. E é isso que estamos fazendo, agora com recursos que infelizmente faltaram no orçamento, que aliás foi elaborado pela gestão anterior. Agora estamos iniciando a partir de janeiro um orçamento realizado realisticamente pela Prefeitura de São Paulo e aí sim passaremos a ter não uma quantidade enorme de recursos, mas o suficiente para atender a zeladoria no que é mais básico e necessário para a população", concluiu.

Após disputa no PSDB com seu padrinho político, Geraldo Alckmin, para a escolha do candidato do partido à Presidência da República no ano que vem, Doria acabou sofrendo desgastes –e não decolou nas pesquisas.

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Agora, poderá tentar uma vaga ao governo de São Paulo –para isso, terá que sair do cargo antes do início de abril.

QUEDA

No caso de Haddad, o mergulho nas pesquisas em 2013 ocorreu após os protestos de junho daquele ano, quando milhares de pessoas foram às ruas do país com uma série de reivindicações contra a classe política. A avaliação negativa dele se manteve alta até o fim do mandato, no ano passado.

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Já em relação a Doria, não há um fator único que possa explicar esse desgaste. Do início do ano até agora, a aprovação a Doria caiu 15 pontos percentuais (44% para 29%), enquanto a reprovação nesse mesmo período cresceu 26 pontos (13% para 39%). Somente nos últimos dois meses, sua rejeição subiu 13 pontos -ela estava em 26% no começo de outubro.

Ao longo do ano, a cidade seguiu convivendo com seus transtornos cotidianos, sem sinais claros de mudança em relação à gestão anterior, como as falhas de zeladoria.

São exemplos disso buracos nas ruas, semáforos apagados e praças e parques mal cuidados. Reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda (4) revelou que áreas vistoriadas e "ajeitadas" por Doria no início da gestão e alvo de propaganda do programa Cidade Linda estão novamente deterioradas.

EXPECTATIVA

Segundo o Datafolha, atingiu o ponto mais alto da gestão a taxa daqueles que declararam que o prefeito fez menos pela cidade do que se esperava. Agora, são 70% (eram 64% em outubro).

Para 17% dos moradores, Doria fez o que se esperava dele, ante 10% que consideram a atuação dele acima da expectativa. Especificamente sobre os bairros dos entrevistados, 83% dizem que Doria fez menos do que se esperava –só 4% dos entrevistados consideram acima do esperado.

Também nesse período de avanço da rejeição, o prefeito passou pela chamada "crise da farinata", quando atropelou sua equipe ao anunciar a adoção de um complemento alimentar para a população pobre da cidade, produto feito à base de comida doada e próxima do vencimento.

Diante da repercussão negativa, Doria deu um passo atrás, mas logo em seguida anunciou a inclusão do mesmo produto na merenda escolar, sem que o secretário da área tivesse sido avisado. Teve de recuar de novo para, depois, abandonar a ideia.

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