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Noite de axé e brega levanta mote de empoderamento em Salvador

AMANDA NOGUEIRA, ENVIADA ESPECIAL SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - "Que a gente possa bater nossa bela bunda no chão sem que ninguém nos diga nada", disse a cantora Larissa Luz na noite deste sábado (2), no estacionamento do Wet'n Wild, em Salvador. A ex-voca

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.12.2017, 13:30:00 Editado em 03.12.2017, 13:30:08
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AMANDA NOGUEIRA, ENVIADA ESPECIAL

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SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - "Que a gente possa bater nossa bela bunda no chão sem que ninguém nos diga nada", disse a cantora Larissa Luz na noite deste sábado (2), no estacionamento do Wet'n Wild, em Salvador.

A ex-vocalista do Ara Ketu fazia uma participação no show encabeçado por Luiz Caldas na primeira edição do Combina MPB, festival que promove encontros de artistas em dois palcos.

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Após o breve discurso, que não seria o único da noite, Larissa cantou "Meu Sexo", faixa do autobiográfico "Território Conquistado", concebido com a antropóloga Goli Guerreiro e indicado ao Grammy Latino de melhor álbum de pop contemporâneo em língua portuguesa em 2016.

"Despudorada/ Empoderada/ Eu não abro mão do meu sexo/ Dou uma virada/ Uma gargalhada/ Sim, eu quero ser o meu sexo/ Quero acontecer sem ter que dizer/ Ei, é o meu sexo/ Quem disse que é pra você?", diz um trecho da letra.

Em seguida, ela clamaria por representatividade ao cantar "Bonecas Pretas": "Vamos ocupar tudo, representatividade importa, sim, senhor, mulher preta no poder".

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Aquele era o primeiro show da segunda noite do festival, povoada com cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e Larissa apenas ajustava o teor político que também emergiria das apresentações seguintes.

Na sequência, Felipe Cordeiro abordou temas como a liberdade sexual ("Eu Entendo Mas Não Sou Entendido"), esbanjando sua sonoridade divertida, uma mistura de brega, lambada, carimbó e a guitarra rápida consagrada por seu pai, Manoel Cordeiro, que tocava ao seu lado.

"Estão querendo dizer que nosso país é careta, mas a gente é livre", disse Felipe. "Tão querendo falar pra gente que o mundo tá pior, mas nunca se questionou tanto como hoje, por isso essa sensação de quem nem tudo está uma maravilha. Nem tudo está uma maravilha mesmo, mas estamos aqui resistindo por nossa liberdade."

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Vestida como "a índia preta da Amazônia", a paraense Gaby Amarantos, musa do tecnobrega, fez sua passagem no show do conterrâneo com "Ex Mai Love", "Beba Doida" e "Xirley" e se disse honrada por estar cantando na terra onde ela encontrou "pretos empoderados".

Ainda com a participação de Àttooxxá e Márcio Vitor, do grupo Psirico, o show poderia ter debandado para uma mistura sem liga, mas foi um casamento acertado de ritmos, fazendo o público descer até o chão, cantar, se abraçar e pular do início ao fim.

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Carlinhos Brown, cujo show com a dupla Anavitória fechava a noite, entoou sucessos ("Já Sei Namorar" e "Uma Brasileira", entre outros) e novidades ("Houve" e "Derivado Petrolífero"), mas foi com "A Namorada" que se juntou ao grupo dos politizados: "Você não precisa ser gay para ser contra a homofobia, basta ser gente".

FALHA TÉCNICA

Vestido como um verdadeiro astro roqueiro, com sua origem denunciada pelo brinco de pena, o excêntrico Luiz Caldas fez jus ao título do pai do axé e transformou a pista, ainda vazia às 18h, em uma aula de dança.

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Cantou "Nara", de seu álbum de estreia, e "Tieta", entre outros de seus sucessos, mas viu a apresentação esfriar com a falha do gerador que apagou os telões e calou os instrumentos de sua banda.

A pausa deu vez a gritos de "Fora, Temer" e o público passou a cantar a cappella. Ao retomar a apresentação, Caldas empunhou a guitarra para tocar "Time", do Pink Floyd, e "Bolero", de Maurice Ravel (1875-1937), resumindo seu conhecido ecletismo.

EM FAMÍLIA

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Destoando do restante da programação, Nando Reis fez show banhado a hits do cancioneiro nacional, mostrando sua posição consolidada no pódio dos compositores brasileiros.

Transbordando orgulho, chamou ao palco convidados que conhece "há muito tempo, desde que eles nasceram". Theodoro e Sebastião, da banda 2 Reis, se juntaram ao pai e, juntos, cantaram "O Mundo É Bão, Sebastião!", canção que Nando compôs para seu filho.

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Como de costume nos shows do ex-Titãs, sucessos como "All Star", "Relicário", "O Segundo Sol" e "Por Onde Andei" serviam como base para um grande karaokê do público.

A grande expectativa de público é para este domingo (3), que será encerrado pela aguardada reunião entre Anitta e Gilberto Gil. Antes, haverá shows eletrizantes, como o de BaianaSystem com Bnegão e Emicida.

A jornalista viajou a convite da produção do festival.

COMBINA MPB

QUANDO dom. (3), a partir das 18h (horário local; 19h do horário de Brasília)

ONDE Estacionamento do Wet'n Wild, av. Luiz Viana Filho Paralela, 280, Salvador

QUANTO grátis

NA TV Canal Bis e Multishow

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