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Líder da UE pressiona Londres e apoia Irlanda no 'brexit'

DIOGO BERCITO MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse nesta sexta-feira (1°) que a União Europeia não aceitará nenhuma oferta do Reino Unido que desagrade a Irlanda. Ele havia se reunido em Dublin com o primeiro-

Da Redação

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Publicado em 01.12.2017, 18:10:00 Editado em 01.12.2017, 18:10:05
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DIOGO BERCITO

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MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse nesta sexta-feira (1°) que a União Europeia não aceitará nenhuma oferta do Reino Unido que desagrade a Irlanda. Ele havia se reunido em Dublin com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, onde fez a declaração.

A mensagem é uma assertiva demonstração de apoio ao governo da Irlanda, a quem Tusk ofereceu essa espécie veto nas negociações do "brexit", a saída britânica do bloco. "Se a oferta do Reino Unido for inaceitável à Irlanda, ela também será inaceitável à UE", disse.

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A Irlanda será afetada imediatamente pelo "brexit", porque terá a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e a UE -o país divide a ilha com a Irlanda do Norte, território britânico.

O governo irlandês se opõe a que essa fronteira volte a ter um controle de passaportes e bens, como no passado. Mas, com um país dentro da União Europeia e o outro fora, os líderes europeus e o Reino Unido terão de negociar uma solução criativa para esse impasse.

Uma das razões para não querer o retorno de uma fronteira rígida é que a livre movimentação foi justamente uma das condições para as negociações de paz de 1998, que encerraram as três décadas de separatismo da Irlanda do Norte. Houve 3.600 mortes.

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A devolução dessa fronteira ao debate público, após o voto no "brexit" em 2016, já tem causado instabilidade política em ambos os lados e fomentado novos independentismos.

"O Reino Unido começou com o 'brexit' e agora é sua responsabilidade propor um comprometimento crível sobre o que será feito para evitar uma fronteira rígida", disse Tusk.

ALFÂNDEGA

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A fronteira irlandesa será um dos principais temas da cúpula europeia de 14 e 15 de dezembro, em que o bloco vai decidir se avança ou não nas negociações de um acordo de livre comércio com o Reino Unido. Esse tratado comercial é uma das prioridades britânicas.

Se a União Europeia avaliar que não houve avanço o suficiente nas ofertas britânicas -em especial no tema irlandês-, pode adiar as tratativas. A mensagem de Tusk de que a Irlanda tem de estar satisfeita é, pois, um forte incentivo para que o Reino Unido resolva esse tema.

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O premiê irlandês Varadkar disse também na sexta, quando se reuniu com Tusk, que o governo britânico tem de oferecer soluções concretas rapidamente, caso queira avançar nas negociações comerciais do "brexit". "Os próximos dois dias serão cruciais", disse.

O governo irlandês tem pedido repetidas vezes que a primeira-ministra britânica, Theresa May, se comprometa formalmente a não erguer uma fronteira rígida entre os dois países. O Reino Unido, no entanto, já havia dito que não discutiria isso até ter um acordo comercial. É comum que exista algum tipo de controle entre duas nações que não fazem parte de um mesmo bloco, o que será o caso da Irlanda e do Reino Unido a partir de março de 2019.

Para solucionar o impasse, já foi sugerido que Irlanda e Irlanda do Norte compartilhem um mesmo regime alfandegário. Mas isso significaria que a Irlanda do Norte seguiria regras distintas daquelas do Reino Unido, de que faz parte, desagradando seu próprio governo.

Theresa May, que perdeu a maioria parlamentar nas eleições de junho, governa hoje em aliança com o Partido Unionista Democrático, da Irlanda do Norte, e não deve tomar nenhuma decisão que ameace a estabilidade de sua gestão -tornando a situação ainda mais complexa.

Além do tema irlandês, May também terá que convencer seus sócios europeus de que avançou o suficiente em outras duas questões, antes de tratar de comércio nos próximos meses: a multa a ser paga após a separação e o direito dos 3 milhões de europeus que residem hoje no Reino Unido.

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