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Toneladas de salmão podre guardadas há 5 anos são retiradas de Cumbica

DHIEGO MAIA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma megaoperação retirou, na manhã desta quinta-feira (30), dez toneladas de salmão apodrecido que foram abandonadas no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). O carregamento estava no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.11.2017, 17:20:00 Editado em 30.11.2017, 17:20:08
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DHIEGO MAIA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma megaoperação retirou, na manhã desta quinta-feira (30), dez toneladas de salmão apodrecido que foram abandonadas no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). O carregamento estava no local desde fevereiro de 2013.

De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis), um erro logístico no transporte seguido por trâmites burocráticos dificultou a retirada da carga do terminal, onde permaneceu por quase cinco anos sendo mantida refrigerada.

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As 10 toneladas de Salmão foram adquiridas pela empresa Nordsee, importadora de pescados e frutos do mar, com sede em São Paulo. O pescado saiu de Santiago, no Chile, e tinha como destino direto o aeroporto de Guarulhos, mas, no meio do caminho, acabou parando e sendo descarregada no Rio de Janeiro.

Meg Felippe, porta-voz da Nordsee, diz que o erro logístico provocado pela TAM, empresa aérea que hoje chama-se Latam, causou o problema. "Tínhamos documentação que nos autorizava resgatar a carga somente em Guarulhos. Como o carregamento parou no Rio, perdemos esse direito."

A própria TAM, à época, recondicionou a carga e a transportou até Guarulhos. "Decidimos não reaver o carregamento porque isso exigiria uma autorização judicial, o que levaria um tempo maior do que o prazo de validade do produto", informou a porta-voz da Nordsee.

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Nesse intervalo de quase cinco anos, a gestão do aeroporto saiu do guarda-chuva da Infraero (estatal do governo que administra aeroportos), em 2012, e foi concedida à GRU Airport. Foi a própria concessionária que comunicou o abandono do salmão podre ao Ministério Público, que exigiu do Ibama e da Receita Federal a realização de procedimentos legais para o descarte do produto.

O Ibama notificou Latam e Nordsee, que tiveram 30 dias para se manifestarem sobre a logística para a retirada do salmão das dependências do aeroporto mais movimentado do país. Na manhã desta terça, o pescado foi empilhado num caminhão, que seguiu para uma empresa autorizada de incineração em Mauá (Grande São Paulo).

Lucas Tino, técnico do Ibama, disse que as empresas não foram multadas pelo abandono da carga porque agiram assim que foram notificadas.

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Tino explicou ainda que quando o aeroporto era gerido pela Infraero, as cargas abandonadas ficavam sob a responsabilidade da Receita Federal. "Mas a nova lei de resíduos sólidos passou a determinar que é o importador o responsável pelo descarte de produtos abandonados", informou o técnico do Ibama. Como o erro foi logístico, a Latam arcou com a retirada do peixe, a incineração do produto e os prejuízo causados com a importação mal sucedida.

Nesse intervalo de quase cinco anos, a concessionária GRU Airport assumiu a refrigeração do produto abandonado e os riscos ambientais e de saúde humana de sua permanência no local. Caso o armazenamento da carga não fosse feito de forma adequada, o pescado poderia atrair levas de urubus, uma situação que poderia, por exemplo, fechar as operações de pouso e decolagem de Guarulhos.

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MULTAS

O terminal de Guarulhos possui, no momento, 19 mil cargas abandonadas, segundo estimativa do Ibama. Sobressaem produtos de origem animal, vegetal e químicos.

O Ibama identificou 32 empresas com cargas perecíveis abandonadas no terminal. Destas, 15 foram multadas. "As multas vão crescendo dia a dia. Até hoje, o montante já atingiu R$ 600 mil", informou Tino.

A partir da operação desta quinta, a meta do Ibama é identificar, notificar e multar todas as companhias que mantêm cargas irregulares nos terminais de Guarulhos, Viracopos (Campinas) e em Santos.

Procurada, a Latam limitou-se a informar apenas que a incineração do material ocorreu "seguindo a legislação e as exigências dos órgãos competentes".

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