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Recuso-me a publicar autores por gênero ou cor, diz editora em debate

MAURÍCIO MEIRELES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O tema da representatividade -de gênero, raça ou orientação sexual- foi uma das marcas da primeira mesa do seminário Livros em Revista, que começou nesta quarta-feira (29), em São Paulo, com curadoria da revi

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.11.2017, 11:50:00 Editado em 30.11.2017, 11:50:11
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MAURÍCIO MEIRELES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O tema da representatividade -de gênero, raça ou orientação sexual- foi uma das marcas da primeira mesa do seminário Livros em Revista, que começou nesta quarta-feira (29), em São Paulo, com curadoria da revista "Quatro Cinco Um" e do Sesc-SP.

O debate reuniu editores das principais publicações literárias e culturais do país: Schneider Carpeggiani, do "Suplemento Pernambuco"; Mirna Queiroz, da revista "Pessoa"; Rogério Pereira, do jornal "Rascunho"; Bárbara Bulhosa, da editora portuguesa com atuação no Brasil Tinta da China; e Daysi Bregantini, da "Cult". A mediação foi da crítica literária Rita Palmeira.

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"Recuso-me a publicar algum texto pelo gênero ou cor da pessoa. Nunca publiquei nenhum texto por a pessoa ser homem ou mulher ou branca ou negra ou cigana. [Fazer isso é] deixar de trabalhar a literatura, passa a ser outra coisa", disse Bulhosa quando o tema veio à tona.

"Não consigo pensar na cor de quem escreveu um poema, justamente por acreditar na igualdade da criatividade."

Ela concordava com o editor do "Rascunho", que antes dela dissera que o jornal tratava de literatura, sem se preocupar com "o gênero ou a política".

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Os dois ficaram no campo oposto dos demais membros da mesa.

"Não me considero feminista, mas estou treinando meu olhar para isso, porque a presença da mulher é pequena. Os prêmios literários são dados a homens, os livros são lançados por homens, os editores são homens", disse Bregantini.

Carpeggiani, do "Suplemento Pernambuco", afirmou não ver tais questões como temas extraliterários, enfatizando a necessidade de se buscar novas vozes e promover uma investigação do presente. Ele já afirmara, no começo do debate, considerar as escolhas editoriais como "escolhas políticas".

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"Não dá para viver em um país como o Brasil, com injustiças radicais e intoleráveis, e não prestar atenção nessas questões", afirmou Queiroz, destacando que a "Pessoa" hoje tem mais colaboradoras mulheres do que homens.

VIABILIDADE

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Depois de apresentarem o projeto de suas publicações, os quatro falaram bastante das formas de as viabilizar comercialmente. A maioria defendia a importância de se remunerar os autores, reclamava de problemas de distribuição e da dificuldade de conquistar assinantes.

Sobre esse tema, a fala mais contundente foi de Bregantini, editora da "Cult", que disse não querer dinheiro público nem um sócio investidor.

"Temos que fazer um jornalismo que se pague, porque essa mendicância incomoda e é humilhante até. A 'Cult' tem que se pagar, porque senão eu vou fechar", disse.

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"O preço o papel é uma exorbitância e existe um monopólio [no setor]. A distribuição [também] tem um monopólio horrível. Não entendo a dinâmica, mas sofro muito."

GRANTA

Bulhosa aproveitou para dar mais detalhes do lançamento da "Granta Portugal-Brasil" edição da tradicional revista literária que, a partir de maio de 2018, passa a circular nos dois países.

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A Tinta da China tomou a iniciativa depois que a publicação deixou se sair pela Objetiva no país. A versão lusitana da revista, publicada pela casa, foi um sucesso comercial, disse a editora.

"O próximo tema será fronteiras. Precisamente porque são essas que queremos derrubar", disse.

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A programação do seminário Livros em Revista continua nesta quinta (30). Veja abaixo as mesas previstas:

QUINTA-FEIRA, 30

Mesa 2, das 14 às 15h30

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'Visível Invisibilidade'

Mediação:

André Augusto Dias | Sesc-SP

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Participantes:

Amara Moira (crítica literária)

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Joselia Aguiar (curadora da Flip)

Cuti (escritor, poeta e dramaturgo)

Mesa 3, das 16h às 18h

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'No Calor da Hora'

Mediação:

Francesca Angiolillo | editora-adjunta de Cultura da Folha de S.Paulo

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Participantes:

Damián Tabarovsky (Jornal 'Perfil')

Paulo Roberto Pires (Revista 'Serrote')

Mesa 4 das 19h às 21h

'Crítica, Estética e Política'

Mediação

Paulo Werneck | editor da 'Quatro Cinco Um'

Participantes:

Pedro Mexia (Portugal)

Alejandro Chacoff (crítico literário da revista 'Piauí')

Sébastien Lapaque ('Le Figaro')

LIVROS EM REVISTA

QUANDO qua. (29) e qui. (30)

ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600

QUANTO de R$ 15 a R$ 50, nas unidades do Sesc ou no site www.sescsp.org.br

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