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Vista como frágil, aliança governista de Portugal chega dividida a 3º ano

GIULIANA MIRANDA LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Apelidada de "geringonça" devido à aparente fragilidade e de sua composição, a inédita coalizão de esquerda que comanda Portugal acaba de chegar, sem grandes sobressaltos, à metade de seu mandato. Embora ma

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.11.2017, 04:20:00 Editado em 24.11.2017, 04:20:05
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GIULIANA MIRANDA

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LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Apelidada de "geringonça" devido à aparente fragilidade e de sua composição, a inédita coalizão de esquerda que comanda Portugal acaba de chegar, sem grandes sobressaltos, à metade de seu mandato.

Embora mantenham o discurso de união, porém, o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português já discutem abertamente por divergências orçamentárias, além de enfrentarem o desgaste ante a opinião pública após a crise dos incêndios florestais, que provocaram a morte de mais de cem pessoas em 2017.

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No entanto, em um momento em que a direita e a extrema direita ganham força em boa parte da Europa, o primeiro-ministro socialista António Costa --que completa dois anos no cargo neste domingo (26)-- não enfrenta esse tipo de problema.

Nas eleições municipais de outubro, consideradas uma espécie de termômetro da satisfação dos eleitores, o Partido Socialista ampliou o número de cidades sob seu comando e viu o principal partido da oposição, o PSD (Partido Social Democrata), de centro-direita, encolher.

A legenda ficou ainda sem comando após a o anúncio da saída de seu líder, o deputado e ex-premiê Pedro Passos Coelho, que desistiu de continuar no comando da sigla após o fiasco nas urnas.

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DESGASTE

A crise na oposição, no entanto, não poupou o governo português de começar a apresentar seus primeiros sinais de desgaste.

Um dos principais comentaristas políticos de Portugal, Luís Marques Mendes, anteviu dias mais sombrios à frente da coalizão de esquerda quem segundo ele, "vai entrar em uma fase dificílima", com os partidos cada vez mais com disputas políticas entre si". "A solidariedade que existia entre os três parceiros acabou. PCP e Bloco de Esquerda vão ser muito mais oposição a partir de agora", resume.

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De fato, os próprios partidos da coalizão pressionam por uma reversão mais rápida das políticas de austeridade impostas pelo governo anterior, do PSD.

Nesta semana, uma das dirigentes do Bloco de Esquerda, a deputada e economista Mariana Mortágua, publicou um duro artigo com críticas ao ministro das Finanças, Mário Centeno, e sua proposta de orçamento para Portugal no ano que vem.

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"Em 2017, o Estado português gastou mais em saúde e educação do que nos mínimos de 2015, mas, ainda assim, menos do que no início da década", apontou.

"Não é limitando o tão necessário investimento na saúde ou na escola pública que se impede uma nova crise. Nem é pondo em causa os direitos dos funcionários públicos, ou recusando alterações laborais que combatam a precariedade", escreveu ela.

Embora tenha cumprido as metas de Bruxelas e agradado aos mercados, saindo da categoria "lixo" ("junk") de investimento após a grave crise econômica no país, o endividamento português e a pressão por aumento dos gastos públicos, comandadas pelos partidos mais à esquerda da "geringonça", já atraíram sinais de alerta por parte da União Europeia e de instituições financeiras.

A relação entre o primeiro-ministro e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já teve dias melhores.

Após uma espécie de lua de mel ao longo do primeiro ano de governo, o clima entre os dois parece ter azedado com os incêndios no país de junho e outubro, com direito a um puxão de orelha feito em pronunciamento em rede nacional pelo presidente --e que levou à demissão da ministra responsável pela gestão do território.

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